Prometi que voltaria, nesta quinzena, a escrever sobre o assunto do último artigo (proposta de proibição dos menores assistirem ou participarem em
touradas), numa forma aprofundada. No entanto, outro tema da actualidade faz com que não possa cumprir com essa promessa.
Quando o leitor folhear as páginas de “O Almeirinense” e encontrar este
texto, já se terá realizado o congresso do Partido Comunista Português (PCP), que marcou a agenda política, numa altura em que vivemos em mais um estado de emergência, no qual os portugueses são obrigados a recolher obrigatório e com os agentes económicos a não aguentarem mais medidas restritivas.
Mas, quando estas restrições chegam ao campo político-partidário, alto
e para o baile! Ao que parece, há uma lei que proíbe a proibição de reuniões
partidárias. Acho muito bem! Vivemos em Democracia e nenhum governo ou maioria pode, a pretexto dum estado de emergência, cercear os direitos políticos. Os outros, pode; os políticos não!
Por isso, foi um erro querer transformar este assunto numa questão jurídica. O caso é (foi) apenas político. E, também, de muita falta de bom senso da parte do PCP. Se é verdade que ninguém duvida da sua capacidade organizativa, não viria mal nenhum ao mundo e, muito menos ao mundo comunista, que o congresso fosse adiado.
Todos nós estamo-nos a adaptar a estes novos tempos e, como tal, abdicámos e teremos de abdicar de muito em prol dum único interesse: evitar que a pandemia alastre ainda mais e faça colapsar o SNS. Só o PCP é que não está disposto a sacrifícios!
Humberto Neves
PSD Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição impressa de 1 de dezembro de 2020