Há um discurso radical face às empresas privadas, principalmente se
elas desempenham serviços públicos, discurso esse que tem sido mais notório desde o momento em que o Partido Socialista se coligou à extrema-esquerda para governar o país, em 2015.
Para estes fanáticos ideológicos, existem duas verdades: primeira, tudo o que é privado está coberto de pecados; a segunda, só convertendo o privado em público, isto é, nacionalizando, se podem expurgar esses pecados. Mas, o mais grave é este discurso ter sido adoptado por alguns sectores da esquerda moderada, outrora defensora da iniciativa privada.
Veja-se, a propósito da distribuição postal, a rapidez com que surgiram (e
bem!) críticas sobre o deficiente serviço prestado pelos CTT, cujo atraso na distribuição de correspondência chegou a níveis impensáveis. Alguns responsáveis políticos deram conta da sua insatisfação nas redes sociais, com comunicados… um sem número de reacções, todas com fundamento, mas que, arrisco-me a afirmá-lo, só existiram por uma questão puramente ideológica: os CTT são uma empresa privada!
A mesma rapidez não foi vista quando surgiram as primeiras queixas do
“roubo” descarado levado a cabo pela Águas do Ribatejo! Mas há uma explicação: é que esta é uma empresa cem por cento pública, detida exclusivamente pelos municípios!
E onde já se viu os accionistas criticarem algo que é seu, principalmente quando dá lucro???
Humberto Neves
PSD Almeirim
Artigo de opinião publicado na edição de 1 de outubro