Nos EUA, a brutal morte de um cidadão afro-americano pela polícia de Minneapolis no passado mês de maio, teve repercussões globais e trouxe para a ordem do dia as questões do racismo e da discriminação, que persistem, com maior ou menor intensidade, em todo o mundo. O racismo – manifestado de forma direta e muitas vezes violento ou o disfarçado racismo estrutural que se manifesta subliminarmente em atitudes e comportamentos de discriminação do outro – é um problema social que teima em permanecer. No mundo atual, face à evolução do conhecimento, as questões de pureza racial deveriam estar há muito resolvidas. Mas não. Continuam a existir indivíduos que, por evidente atraso evolutivo em conhecimento e humanidade, continuam agarrados à ideia da superioridade rácica. Se aprofundassem suficientemente as suas origens, seriam surpreendidos pela variedade genética de que são constituídos e muitos preconceitos cairiam por terra. Extremismos geram extremismos. A luta antirracista não pode ser prejudicada por tentações de apagar a história. Não existe povo que não tenha tido os seus algozes e os seus tiranos. A história tem de ser entendida face às realidades de cada época, aos valores vigentes em cada sociedade e cultura e aos níveis de conhecimento existentes na altura. A vandalização e destruição de estátuas de figuras nacionais por pretensos atos avaliados à luz dos valores de hoje, só revela ignorância e extremismo intelectual. E nada acrescenta de positivo à justa luta contra o racismo.
Gustavo Costa
Partido Socialista