Numa parceria da MovAlmeirim com a Câmara Municipal de Almeirim, decorreu no passado mês de fevereiro, a candidatura das “Botas Ribatejanas” às 7 Maravilhas da Cultura Popular Portuguesa, na categoria de “Artefatos”.
As “Botas Ribatejanas”, bem conhecidas dos Almeirinenses também por botins de cabedal, remontam a mais de 100 anos. Inicialmente, estas botas foram pensadas e executadas para quem trabalhava no campo, ou lidava mais de perto com cavalos e precisava de um calçado durável e bem resistente.
Com o passar dos anos, este calçado foi, e continua a ser, usado por todas as classes sociais e em todas as ocasiões, sejam elas de trabalho ou de festa.
Homens, mulheres e crianças, usam estas botas. As senhoras gostam de peles mais finas e macias e os homens preferem peles mais robustas. Os saltos podem ser à Espanhola, que é o mesmo que dizer, salto alto, salto de prateleira, bastante usado pelos campinos, pois as esporas encaixam neste salto na perfeição, ou ainda o salto baixo.
A elevada procura das “Botas Ribatejanas”, obrigou os produtores a aperfeiçoarem cada vez mais a confeção dos artigos e a usarem produtos da melhor qualidade , bem como as melhores peles, curtidas de forma vegetal.
A alta qualidade do calçado executado, saltou para as luzes da ribalta, fazendo com que o mesmo fosse considerado “calçado de moda” e comercializado um pouco por todo o mundo. Entre as centenas e centenas de botas que já fez, Simão Monsanto, produtor das “Botas Ribatejanas” afirma que ” desde menino que estou ligado a esta arte. Fiz botas para muita gente, tal como grandes figuras do mundo tauromáquico e equestre”, mas de entre anónimos e famosos, lembra que, quem mais o marcou neste percurso, foi mesmo a atriz norte americana Bo Derek, a lindíssima loira que, montada nua num cavalo branco, protagonizou o filme “Bolero” em 1984″.
Foto: D.R.