No dia 19 de janeiro, o meu amigo e colega de trabalho fez 40 anos. Disse, desde logo, que mesmo sendo um domingo, iria trabalhar e depois folgava na segunda-feira seguinte. Até aqui tudo bem. Qual não foi o espanto que, logo ao início da tarde, começo a receber notícias de dificuldades para fazer a transmissão.
Desde falta de corrente elétrica na zona destinada à imprensa, à necessidade de ficar junto aos adeptos da casa mas com um fio de corrente elétrica sucessivas vezes desligado e “toques” no tripé ou no computador. Mas isto era o mínimo… o pior estava para vir. No final do jogo, depois de agressões a adeptos do U. Almeirim, e vendo que o repórter está a filmar, uns jovens vândalos decidem resolver a questão com mais murros, perante a inoperância das autoridades no local.
A direção do Amiense em momento algum tem culpas, deixem- me já dizê-lo. O vídeo com as agressões aos adeptos do U. ALmeirim atingidos com murros era apagado, mas os problemas não tinham terminado. Perseguido até ao carro, e numa pilha de nervos (eu estava ao telefone com o nosso repórter) há um toque noutra viatura, mas tinha que conseguir fugir… Lá conseguiu deixar aquele pesadelo que não mais irá esquecer no dia do seu aniversário. Sempre sem ajuda da GNR no local.
Já tarde, perto da meia noite, e quando se multiplicavam os comentários nas redes sociais, uma pessoa com responsabilidade no futebol, mandava uns “bitaites”. Ganhei coragem e liguei-lhe a perguntar: Meu caro amigo, já estás em casa? E há muito tempo? Do outro lado ouvi duas vezes que sim, e com ar de admiração questiona-me o porquê de tal pergunta. E eu disse: “Olha, o repórter que faz anos hoje tem três filhos que ainda estão à espera dele para jantar, mas resultado das agressões de que foi alvo ainda está no Hospital de Santarém”. Tenho dito, mas só por agora.