ARTE João Marmelo é um freelancer polivalente, com interesse em continuar a desenvolver as suas aptidões e interesses. Recentemente surpreendeu o melhor guarda-redes do mundo de hóquei.
João como surgiu o gosto e o jeito pelas artes?
Desde pequeno, segundo os meus pais, passava longas horas a desenvolver personagens em bonecos de plasticina. Era fascinado pelos filmes de stop motion e sem dúvida, o conteúdo que gostava mais era o making of de cada filme, ou seja, os processos por trás do resultado final.
E que tipo de artes?
Desde modelação a desenho e suas variantes, como a pintura e edição de imagem.
Logo no ensino secundário escolheu seguir esse caminho?
Desde o ensino básico sabia que o meu foco estava na área das artes. Quando me candidatei para o ensino secundário em primeiro lugar escolhi o curso profissional de multimédia, no qual não fiquei selecionado, tendo optado depois pelo curso de Artes Visuais.
E depois o porquê da Imagem Animada?
Queria perceber e explorar as estruturas que envolvem a produção de um conteúdo visual, que se mostraram ser complexas e de grande importância. O que aprendeu aí? O curso permitiu-me explorar as áreas da animação, design e desenho. Aqui aprendi de facto as estruturas que sustentam um filme de animação, como storyboards, design de personagens e cenários, entre outros. Todos estes processos sem dúvida rodam à volta do desenho. Se hoje lhe perguntar o que é o João profissionalmente falando, o que me responde? De momento considero-me um freelancer polivalente, com interesse em continuar a desenvolver as minhas aptidões e interesses.
E o que quer ser? O que quer fazer?
Ultimamente tenho refletido no que pretendo exercer como profissão. Ser professor de artes visuais é um sonho que tenho e pretendo vir a tirar o mestrado nesse ramo. Acho fascinante o estudo, a dinâmica e a lógica que servem de apoio à formação de um estudante.
Como surgiu a animação da Lenda da Sopa da Pedra?
No final da licenciatura tinha de desenvolver um projeto de final de curso. Contudo foi no segundo ano que comecei a pensar em possíveis temas. Queria algo que estivesse ligado à minha cidade como forma de agradecimento pelo apoio que tive da bolsa de estudos. Foi numa conversa com familiares que decidi pegar na história da lenda da sopa da pedra e criar uma curta metragem de raiz com apoio na história presente no site da Câmara Municipal de Almeirim. Como a carga de trabalho era grande, o trabalho foi feito com duas colegas. No total, a história teve 20 rumos diferentes até que chegámos a um consenso. Demorou cerca de 8 meses para a produzir.
E o retrato do Girão?
O retrato foi um desafio que me fizeram, já tinha feito alguns retratos para amigos e familiares.
Quem o desafiou a fazer este retrato?
O meu pai. Sempre apreciou hóquei patins e demonstra grande orgulho pelo guarda redes do Sporting.
Qual foi a reação do melhor jogador do mundo?
Ficou surpreendido, sem palavras. Elogiou bastante o retrato e agradeceu a valorização da minha parte.
Apesar de todo este histórico que fizemos ao longo desta entrevista, o João não está agora a trabalhar na área?
Por ter terminado o curso recentemente, estou expetante em fazer estágio profissional, para poder dar assim o primeiro passo da minha carreira.
Faltam oportunidades aos jovens?
Posso dizer que é um fator relativo, pois tudo depende da área em que um estudante se forma. Na área das artes, cada vez há mais jovens que tentam se introduzir no mercado de trabalho. Como a concorrência é grande, a exigência também aumenta, o que faz com que diversas empresas apostem em alguém que já tenha experiência profissional…