A pianista lisboeta Teresa da Palma Pereira apresenta em Almeirim composições do século XIX, de Liszt, Chopin, Tchaikovsky, Albéniz e Rimsky-Korsakov. No dia 20 de abril, a pianista leva a palco peças dedicadas à disparidade das emoções e à estética pictórica do flamenco e dos portos de mar. É a terceira vez que a pianista atua em Almeirim.
A disparidade das emoções humanas é o mote do recital de piano que Teresa da Palma Pereira vai levar a Almeirim este sábado. Essa diversidade divide o programa da pianista lisboeta em dois atos: um primeiro ligado ao romantismo, com composições de Chopin e Liszt; e uma segunda parte inspirada na dança, com composições do bailado russo de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, e do espanhol Albéniz, ligado ao flamenco. “É como se o público visse dois recitais num só”, resume Teresa da Palma Pereira.
No programa que irá apresentar, o intimismo da primeira parte contrasta com a extroversão de emoções na segunda. “Primeiro as emoções poéticas e íntimas, indefiníveis e contraditórias”, descreve a pianista. “Depois, as emoções extrovertidas para corpos que dançam e, também, para o corpo de Sherazade, que só sobrevive à custa de histórias irresistíveis e infindáveis”.
O recital começa com a Consolação n.º 1 de Liszt, “num breve momento de pura expressão e improvisação, emoção contida e sem palavras”. Segue-se a Sposalizio, que evoca o quadro “Casamento da Virgem” de Rafael despertando “emoções contraditórias”. Seguem-se os Noturnos de Chopin: “Sendo das obras para piano mais amadas do público, a fluidez, a constância e a suavidade de uma mão esquerda construída sobre um padrão que se repete continuamente, suporta o lirismo e a expressividade intimista da mão direita, num ritmo que se assemelha ao da água”, afirma Teresa da Palma Pereira. A primeira parte do recital termina com a ligação entre as águas na Lenda de São Francisco de Paula Caminhando sobre as Ondas, de Liszt.
“A segunda parte do recital continua com uma estética pictórica, mas as peças evocam a cor dos cantos e danças da Andaluzia, com os Rumores de la caleta e Malagena Albéniz, ambas reminiscentes da sonoridade flamenca da cidade marítima de Málaga”, afirma Teresa da Palma Pereira.
Segue-se Tchaikowsky, com dois excertos de duas das suas obras mais célebres: o Pas de Deux de Quebra-Nozes, “uma melodia apaixonada que marca o ponto alto de um dos mais adorados ballets de todos os tempos”; e o adágio de A Bela Adormecida, uma “obra de êxtase”. O programa culmina com o andamento final da suite Sherezade op. 35 de Rimisky-Korsakov, transcrita para piano por Paul Gilson. “Esta peça destaca-se pela assumida grandiosidade sinfónica e pelo caraterístico ritmo de tarantela”.
O novo programa de Teresa da Palma Pereira sobe ao palco do Cine Teatro de Almeirim, no dia 20 de janeiro, pelas 21h30. É a terceira vez que a pianista lisboeta atua em Almeirim.
Teresa da Palma Pereira é uma pianista galardoada em Portugal e no estrangeiro. Ficou em primeiro lugar no Concurso Internacional Maria Campina, obteve a segunda posição e a menção especial do júri no Concurso Internacional Princesa Lalla Meryem. Ganhou o prémio do Koninklijk Conservatorium, em Bruxelas, o que lhe permitiu atuar como solista com a Orquestra da Câmara de Bruxelas.
Já atuou em países como França, Itália, Bélgica, Holanda, Hungria, Suécia, Brasil e China. Conta com cinco CD’s editados. Atualmente é diretora artística da Academia de Música Flor da Murta, com sede em Paço de Arcos, e, desde 2018, do Festival Internacional de Piano de Oeiras.