Na madrugada de 24 para 25 de abril, o percurso feito pela coluna militar de Salgueiro Maia vai ser reconstituído. Este é um dos muitos pontos altos da programação levada a cabo pelo Município de Scalabitano juntamente com as Comemorações Populares do 25 de Abril de Santarém-Associação Cultural e com o apoio da Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril. Além disso, para celebrar os 50 anos do 25 de Abril e os 50 anos de democracia, vão realizar-se durante o mês de abril um largo conjunto de iniciativas. O programa inclui concertos, espetáculos solidários, evocativos e de “videomapping”, exposições, cinema, teatro, encontro de coros, diversas atividades para o público infantil nas escolas das freguesias do Concelho e para o público em geral, no âmbito do projeto “Abril’Arte”, entre outras propostas culturais.
A programação do cinquentenário do 25 de Abril da Revolução portuguesa de 1974 em Santarém convida a perdurar as memórias e as heranças desse acontecimento histórico que tem como figura central Salgueiro Maia, comandante da coluna militar da Escola Prática de Cavalaria (EPC) de Santarém que, no dia 25 de abril de 1974, desceu sobre Lisboa e levou à rendição do primeiro-ministro Marcello Caetano.
A iniciativa Tributo a Salgueiro, o eterno símbolo da Revolução dos Cravos e o rosto mais visível de toda a operação militar, no dia 3 de abril, dá o pontapé de saída para as celebrações, em abril, numa cerimónia marcada para as 11 horas, no Jardim dos Cravos.
As icónicas fotografias do maior acontecimento histórico que mudou a História de Portugal, pela lente do fotógrafo Alfredo Cunha, autor do célebre retrato de Salgueiro Maia no Largo do Carmo e de muitas outras imagens que eternizam a Revolução de Abril, vão estar em exposição a partir do dia 3 de abril, no Jardim da República. A inauguração da mostra intitulada “25 de Abril de 1974, Quinta-Feira” é inaugurada às 12 horas e conta também com a reprodução de uma gravura que Alexandre Farto/Vhils realizou para o novo livro do fotógrafo. São fotografias e gravura da seleção do livro de Alfredo Cunha com prefácio de Luís Pedro Nunes, textos de Adelino Gomes, Carlos Matos Gomes e Fernando Rosas, e gravuras de Alexandre Farto/Vhils, que fazem parte da memória histórica, política e afetiva de toda uma geração.
Destaque também para a cerimónia de apresentação do carro de combate no pódio junto à fachada da Ex-Escola Prática de Cavalaria (EPC), no dia 24 de abril, às 18 horas, com o descerramento de uma placa que assinala a saída da coluna militar liderada por Salgueiro Maia, o “Capitão sem Medo”, que no dia 25 de abril de 1974, teve o seu encontro com a História. Após esta cerimónia é apresentado o projeto do Centro de Interpretação “Santarém Militar – CISM”, às 18h30, na Porta de Armas da Ex- EPC.
“Esta é a madrugada que eu esperava”: espetáculo evocativo da madrugada do 25 de Abril
50 anos depois daquela madrugada mágica de 25 de abril de 1974 em que, da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, saiu a coluna militar liderada pelo Capitão Salgueiro Maia, rumo a Lisboa, para derrubar o Estado Novo tem lugar o espetáculo comunitário “Esta é a madrugada que eu esperava”.
Este espetáculo, evocativo da madrugada da Revolução dos Cravos, acontece no dia 24 de abril, às 21h30, na antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém (EPC).
Encenado, a partir de um texto do Coronel Joaquim Correia Bernardo, que na altura era um dos capitães envolvidos na revolução e que criou um “Plano B”: o espetáculo reconstitui o que aconteceu na EPC antes da saída da coluna de viaturas que conduziu os Capitães de Abril a Lisboa.
A encenação do espetáculo está a cargo de Rita Lello e conta com a participação de habitantes da região, de membros da Associação Cultural das Comemorações Populares do 25 de Abril e de alunos do Curso De Artes do Espetáculo – Atores da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado.
Os bilhetes custam 2,5 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
Recriação histórica da saída da coluna militar liderada por Salgueiro Maia
Outros dos pontos altos do momento cimeiro da memória coletiva e da identidade nacional entreaberto pela Revolução de 25 de Abril de 1974, é a recriação histórica da saída da coluna militar de Salgueiro Maia, no dia 24 de abril, às 22h30.
Ao princípio da madrugada de 25 de abril de 1974, na parada da EPC, Salgueiro Maia afirmou perante 240 homens: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado: os Estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!” Todos cederam ao carisma de Salgueiro Maia. Às três e meia da manhã, 22 viaturas atravessaram a porta de armas da EPC, comandadas pelo “Capitão sem Medo”. O objetivo é atingir… Toledo, o nome de código para o Terreiro do Paço e os seus ministérios – o coração do regime.
Já em Lisboa, os passos do capitão confundem-se com a história do próprio 25 de Abril. Ao longo do dia, ele viria a ser o comandante do movimento mais sujeito a situações de perigo e tensão, que enfrentou com grande serenidade. Ao fim da tarde daquela quinta-feira, o cerco militar montado no Terreiro do Paço força o presidente do Conselho, Marcello Caetano, à rendição. Ainda hoje, no Largo do Carmo, uma placa de homenagem a Salgueiro Maia assinala o local onde se dirigiu aos governantes sitiados no Quartel do Carmo. Salgueiro Maia viria a escoltar Marcello Caetano até ao avião que o transportaria para o exílio, no Brasil.
No dia 25 de abril, há cravos para Salgueiro Maia, às 11 horas, no Jardim dos Cravos. E, no sábado, dia 27, será recriado o regresso da coluna militar, às 11 horas, no Largo do Município.
“Há Festa no Jardim”
O Jardim da República vai estar em festa, no dia 25 de abril, para assinalar meio século de liberdade e democracia em Portugal.
‘Há Festa no Jardim’ é o nome do evento que conta com a participação de vários agentes culturais do Concelho que se vão juntar à festa para celebrar a liberdade.
Entre as 10h30 e as 16h45, estão programadas várias animações e espetáculos que prometem fazer as delícias de todos os seus visitantes.
Concertos no Teatro Sá da Bandeira de Santarém revisitam a música enquanto símbolo de liberdade com Manuel Freire, Bia Ferreira e Luca Argel
Dentro da vasta programação para assinalar esta efeméride tão importante na história do país vão realizar-se vários concertos, no Teatro Sá da Bandeira (TSB), que revisitam a música enquanto símbolo de liberdade.
O primeiro é no dia 5 de abril, às 21h30, com o cantor Manuel Freire, um dos nomes incontornáveis da canção de intervenção, no âmbito dos 12 anos da AJA Santarém-Associação José Afonso.
Manuel Freire acompanhado por João Paulo Esteves da Silva ao piano e por Ricardo Dias ao acordeão cantará alguns temas que fizeram história na resistência ao regime salazar-marcelista com destaque para “Pedra Filosofal”, poema de António Gedeão, que se tornou num hino e numa bandeira da resistência contra a ditadura do Estado Novo e, de certa forma, contra a guerra.
A 6 de abril, o álbum “Igreja Lesbiteriana, Um Chamado” e “Faminta”, da artista brasileira Bia Ferreira, personifica-se no palco do TSB, às 21h30.
Com quase uma década de atuação e presença nos grandes circuitos musicais, a artista compositora, multi-instrumentista e ativista Bia Ferreira, de Minas Gerais, define, a sua música como “MMP – Música de Mulher Preta”.
Os direitos das mulheres, dos negros, da comunidade LGBTQI+, do racismo, da homofobia, do feminismo, do amor e da política estão no centro das letras de Bia Ferreira: a “missionária da revolução” para quem cantar é educar e espalhar a palavra.
Os seus energéticos concertos são muito mais que apenas música: são um espaço de esclarecimento, provocação, motivação e de luta por aquilo em que acredita.
Cantautor brasileiro Luca Argel traz ‘Sabina’ e muito mais a Santarém
Dois anos depois de apresentar “Samba de Guerrilha”, o cantor e compositor brasileiro Luca Argel estreia-se no palco do Teatro Sá da Bandeira, para um concerto de apresentação de Sabina”, o quarto álbum de originais, no dia 12 abril, às 21h30.
Em “Sabina” Luca Argel recupera e homenageia a história e o mito de uma quitandeira que foi símbolo da persistência do racismo após a abolição da escravatura e exemplo da solidariedade de rua que historicamente o enfrentou.
Um álbum que nasce da encruzilhada onde o mito e a história se encontram, resgatando o passado como projeção de todas as lutas do presente. “Sabina” relembra a história de uma mulher de cuja vida se sabe pouco mais além do que aconteceu num espaço de poucos dias, quando subitamente se tornou um símbolo político para depois desaparecer, e voltar como lenda. Sabina teria sido uma vendedora de laranjas num momento histórico de um Brasil recém-liberto da escravatura, e às portas da queda do regime monárquico. No meio de uma disputa entre elites imperiais e republicanas, uma simples vendedora de laranjas fez esse caldo entornar pelas ruas da capital do então Império do Brasil. Assim começa esta viagem pelo tempo, seguindo o rasto de uma personagem misteriosa, cuja lenda revela muito sobre a nossa própria natureza e as engrenagens que movem as nossas sociedades.
Se em “Samba de Guerrilha” Luca Argel resgata a história política do samba, dos seus protagonistas e do papel preponderante que desempenharam na luta contra a escravatura, o racismo, a pobreza e a ditadura militar, em “Sabina” o foco é dirigido ao “corpo encantado das ruas” e aos atores e atrizes da vida quotidiana onde a história se desenrola, constrói e disputa para lá das narrativas oficiais. “Sabina”, como personagem e lenda das ruas, é símbolo das tensões da pós-abolição e do racismo que se lhe segue, e ao mesmo tempo um exemplo de uma solidariedade popular pouco estudada e relatada, mas que marca indelevelmente o rumo das sociedades em que vivemos. Quem narra os acontecimentos é o historiador brasileiro Luiz Antonio Simas, a quem a atriz luso-angolana Nádia Yracema, cúmplice de Luca Argel no espetáculo “Samba de Guerrilha”, empresta a sua voz.
Os bilhetes para os concertos de Manuel Freire, Bia Ferreira e Luca Argel custam 5 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00
Venda e reservas de bilhetes é possível também através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
“Guião para um país possível” conta os últimos 50 anos da democracia em Portugal
“Guião para um país possível” uma nova criação da encenadora Sara Barros Leitão vai estar em cena no Teatro Sá da Bandeira, na noite de 26 de abril, às 21h30. O espetáculo de teatro é criado a partir de registos transcritos na Assembleia da República que contam os últimos 50 anos da nossa democracia. Em palco vão estar os atores João Melo e Margarida Carvalho.
Entre as bancadas dos deputados e a tribuna com membros do Governo dois funcionários transcrevem tudo o que ali é dito. Através dos seus dedos, registam-se os discursos, as intervenções, os apartes, as insubordinações e até os gestos. São centenas de milhares de páginas que registam debates, assembleias constituintes, votações, avanços e recuos nos direitos sociais, laborais e humanos.
Após o espetáculo está prevista uma conversa para as 23h30, através do projeto “Abril é Agora” da associação cultural CULTRA.
Os bilhetes custam 3 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
Sérgio Godinho & Os Assessores apresentam ao vivo “Liberdade 25”
Mais um ponto alto da programação com o músico e compositor Sérgio Godinho & Os Assessores que apresentam ao vivo em Santarém, o espetáculo “Liberdade25”, no dia 13 de abril, às 21h30, na Ex-Escola Prática de Cavalaria (EPC).
Um concerto que marca a celebração de uma carreira que se confunde com a história da música portuguesa, especialmente a chamada de intervenção.
“Liberdade” é um dos temas de Sérgio Godinho integrado no álbum “À Queima-Roupa”, editado em outubro 1974, seis meses depois da Revolução dos Cravos.
Em 2014, a canção foi título de um espetáculo que Sérgio Godinho levou a vários palcos nacionais, e que deu origem a um álbum ao vivo, “Liberdade”.
A passagem de meio século sobre a Revolução dos Cravos justifica uma nova visita ao seu repertório mais engajado e que este ano continua a justificar a exponenciação da palavra “Liberdade” e agora, também de “25”, como o dia maior da sua expressão, tal como Sophia imortalizou em “Esta é a madrugada que eu esperava”.
Este e outros temas icónicos da sua discografia, com destaque para o álbum “À Queima-Roupa”, serão apresentados com uma nova sonorização e a “cumplicidade” de Os Assessores (Nuno Rafael, Miguel Fevereiro, João Cardoso, Nuno Espírito Santo e Sérgio Nascimento).
Sérgio Godinho – voz
Os Assessores: Nuno Rafael (direção musical): guitarras elétricas e acústicas, cavaquinho, percussão, coros; Miguel Fevereiro: guitarras elétricas e acústicas, percussão, coros; Nuno Espírito Santo: baixo, guitarra, teclado, percussão; João Cardoso: teclados, samplers, coros; Sérgio Nascimento: bateria, percussão.
Os bilhetes para o concerto de Sérgio Godinho & Os Assessores têm o preço de 10 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
50 anos da liberdade e da democracia brinda à solidariedade com dois grandes concertos, na “Tenda da Parada”
A celebração dos 50 anos da liberdade e da democracia junta-se à vertente solidária com dois grandes concertos, na “Tenda da Parada”, na Ex-Escola Prática de Cavalaria (EPC).
No dia 7 de abril, às 17h30, a Orquestra Filarmónica Portuguesa e Coro Sinfónico Lisboa Cantat dão um concerto com programa dedicado à Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler, que o compositor e maestro austríaco designou como “Ressurreição” e que constitui uma obra-prima da história da música de todos os tempos.
Num projeto apoiado pela DGArtes em palco vão estar 160 artistas sob direção do maestro Osvaldo Ferreira, da Orquestra Filarmónica Portuguesa, um dos mais representativos chefes de orquestra nacionais da atualidade e o maestro Jorge Carvalho Alves, que desde 1986, dirige o Coro Sinfónico Lisboa Cantat.
Os bilhetes para o concerto custam 5 euros e revertem para Sociedade Musical União Pernense
Podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC. A entrada para o espetáculo é feita pela Porta de Armas.
Banda Sinfónica do Exército & Júlio Resende Fado Jazz “Filhos da Revolução”: Uma celebração musical dos 50 anos do 25 de Abril
A Banda Sinfónica do Exército e Júlio Resende Fado Jazz Ensemble apresentam “Filhos da Revolução”, um concerto solidário que celebra os 50 anos do 25 de Abril, no domingo, dia 14 de abril, às 17h30, na “Tenda da Parada”.
Com arranjos para banda sinfónica e quarteto de Jazz realizados a partir do mais recente álbum do reconhecido pianista e compositor, este espetáculo de fusão simboliza a riqueza musical portuguesa e evoca um dos acontecimentos mais marcantes da nossa História recente.
Os bilhetes para o concerto custam 5 euros e revertem para o Centro Cultural Regional de Santarém
Podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
“Um Canto de Liberdade – O Musical” com quatro sessões
A parada Chaimite, da antiga Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, recebe, de 18 a 21 de abril, o espetáculo “Um Canto de Liberdade – O Musical”.
Uma iniciativa da Câmara Municipal de Santarém com encenação de Amauri Alves e de Henrique Dias Alves e com direção musical de Flávio Medeiros.
“Um Canto de Liberdade- O Musical” assinala a passagem de 50 anos sobre o dia do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, no mesmo local donde partiu a coluna militar comandada por Salgueiro Maia.
Este projeto de teatro comunitário envolve dezenas de voluntários que vão dar corpo a um retrato de Portugal nos anos 60 e 70, com o 25 de Abril como elemento inspirador – censura, tortura, perseguição política, prisões arbitrárias, as mortes na guerra colonial, MFA, entre outros temas.
“Um Canto de Liberdade – O Musical” vai estar em cena nas noites de 18 (estreia), 19, e 21 de abril, a partir das 21h30, e no dia 20, às 22 horas
Os bilhetes custam 2,5 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro Sá da Bandeira, de terça a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 16:00.
Venda e reservas de bilhetes é também possível através da plataforma online – BOL https://cmsantarem.bol.pt e nas lojas Worten, CTT e FNAC.
Sétima arte no Teatro Sá da Bandeira
Os filmes “A Zona de Interesse”, “Rosinha e Outros Bichos do Mato” e a “Revolução sem Sangue” vão ser exibidos no Teatro Sá da Bandeira de Santarém, nos dias 3, 10 e 17 de abril, respetivamente, sempre às 21h30, no âmbito do ciclo de cinema de celebração do 50º aniversário do 25 de Abril, numa parceria com o Cineclube de Santarém.
“A Zona de Interesse”, o poderoso filme de Jonathan Glazer abre o ciclo de cinema, no dia 3 e apresenta o Holocausto de forma inesperada e brutal. Inspirado no livro homónimo de Martin Amis, “A Zona de Interesse” tem cinco nomeações para os óscares, entre eles o de melhor filme, de melhor filme internacional e de melhor realizador.
Segue-se “Rosinha e Outros Bichos do Mato” da realizadora portuguesa Marta Pessoa, no dia 10. Em 1934, o Estado Novo apresenta-se ao mundo com uma Exposição Colonial onde o viril Império português exibe como símbolo máximo Rosinha, uma nativa guineense. O filme revisita este acontecimento para entender o que nele se construiu e como ainda hoje pode ecoar no pretenso “racismo suave” dos portugueses.
O ciclo culmina com “Revolução (sem) Sangue” do realizador Rui Pedro Sousa, no dia 17. Uma longa-metragem de ficção que mostra aos espectadores como foi a revolução na perspetiva do povo, contando a história verídica de cinco pessoas que morreram a 25 de Abril de 1974.
As cinco pessoas retratadas são Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto, que tinham entre 18 e 38 anos e que morreram alvejados pela PIDE/DGS, na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, sede da polícia política do Estado Novo.
A eles junta-se ainda António Lage, funcionário da PIDE/DGS, que foi baleado por um militar.
O filme é uma ficção ancorada na recolha de informações dadas por familiares, por intervenientes do 25 de Abril de 1974, pelos historiadores António Araújo e Irene Pimentel e pelos jornalistas Fábio Monteiro e Jacinto Godinho.
Cinema | Público geral» 5€ | sócios Cineclube» 2,5€ | bilhete jovem até 30 anos» 1€ | bilhete jovem até 30 anos sócio Cineclube» entrada gratuita
Cinema De Senha a Senha – “As Armas do Povo”, no Largo do Seminário
Da programação destaque também para a exibição do filme “As Armas e o Povo”, na noite do dia 24 de abril, no Largo do Seminário, no âmbito da iniciativa “Cinema de Senha a Senha”. O filme realizado por um Colectivo dos Trabalhadores da Atividade Cinematográfica e que teve antestreia a 11 de novembro de 1977, no Festival de Cinema de Santarém, tem início às 22h55, ao som da 1ª senha da Revolução em 1974: ‘E Depois do Adeus’, canção com letra de José Niza e música de José Calvário, interpretada por Paulo de Carvalho.
“Armas e o Povo”, que nunca chegou a estrear comercialmente, termina às 00h20, com “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, hora da segunda senha de uma revolução que iria trazer a Portugal a democracia.
Este filme é hoje um documento histórico fundamental para se compreender o significado dos primeiros dias de liberdade num país que vivera 48 anos sob a ditadura que usara a violência e a repressão para silenciar os seus opositores. Para além das figuras públicas, como Mário Soares e Álvaro Cunhal, o filme dá também voz a cidadãos comuns e a multidões anónimas que documentaram um dos momentos mais importantes da história contemporânea de Portugal.
As imagens foram captadas por amadores e profissionais, entre os quais o cineasta brasileiro Glauber Rocha.
Encontro de Coros na Igreja da Graça
O cartaz no dia 25 de abril inclui também o já tradicional Encontro de Coros para celebrar a data, às 17h30, na Igreja da Graça, que se realiza desde 1976.
Em palco vai estar o Coro do Círculo Cultural Scalabitano (vozes femininas e masculinas), o Grupo Coral Nascente de Olho Marinho, Óbidos e o Orfeão “Vox Caeli” de Cantanhede.
Maior e mais pesado carrilhão itinerante do mundo dá concerto em Santarém
Com 63 sinos e 7 toneladas, o “Carrilhão Lvsitanvs”, o maior carrilhão itinerante do mundo vai passar por Santarém, no dia 27 de abril, para um concerto de homenagem a Zeca Afonso e cantores de Abril, como Adriano Correia de Oliveira, Vitorino e Ermelinda Duarte, entre outros. O concerto a cargo da carrilhanista Ana Elias está marcado para as 12 horas, no Largo Município e encerra as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.