As quatro vagas para a colocação de médicos de família no Centro de Saúde de Almeirim ficaram desertas. Não houve um único profissional interessado em concorrer.
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria tinha lançado, no passado mês de maio, um procedimento para a contratação de 26 médicos de Medicina Geral e Familiar para prestarem serviço nos Centro de Saúde da região, mas nenhuma vaga acabou por ser ocupada.
A ocupação destas quatro vagas era essencial para colmatar a falta de médicos de família que se tem vindo a fazer sentir nos últimos meses. Cada unidade do Centro de Saúde de Almeirim, Unidade de Saúde Familiar e Unidade de Cuidados de Saúde personalizados, tem seis médicos de família, mas necessita de pelo menos mais quatro para reduzir o número de utentes sem estes profissionais.
Um das razões apontadas pelo ACES Lezíria para a não ocupação de vagas prende-se com o facto de não haver médicos disponíveis na região de Lisboa e Vale do Tejo e muitos dos que acabam os cursos vão para perto de casa, sendo na sua maioria oriundos do norte do País.
Pedro Ribeiro, enquanto presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, acredita que uma parte da solução para este problema seja a contratação de médicos estrangeiros pelo Ministério da Saúde, atenuando assim a carência de médicos de família na região.
Pedro Ribeiro afirmou, em declarações à Agência Lusa, que vai conversar com o Governo para colocar pelo menos 13 médicos na região e pedir a abertura de vagas carenciadas (com reforço de remuneração), dada a falta de interesse dos clínicos em se fixarem na Lezíria.
Recorde-se que, no passado mês de fevereiro, cerca de oito mil habitantes estavam sem médico de família no concelho de Almeirim. A falta destes profissionais de saúde, levava os utentes a esperar várias horas ao longo da madrugada para conseguir uma consulta do dia, para tratar de baixas médicas ou até doença aguda.
O ACES Lezíria engloba nove concelhos (Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém), num total de 73 freguesias, abrangendo uma área aproximada de 3.500 km2. Atualmente, presta cuidados de saúde primários a uma população de cerca de 200.000 utentes.
C/Lusa