Os governantes, sejam eles nacionais ou locais, não se devem, ou melhor, não deveriam criar constantemente problemas para poderem depois “dar” a solução. O tema da habitação é um exemplo claro disso mesmo, pois é o próprio estado, central ou não, que através de taxas, impostos e burocracias, cria entraves nas políticas de habitação.
O Estado é detentor de inúmeros edifícios por todo o país, que em determinada época tiveram o seu uso, ou seriam para tal, mas por algum motivo, este deixou de ser utilizado e foi abandonado. É este mesmo Estado que quer obrigar os proprietários a arrendar os seus imóveis, alienando assim o direito de gestão da propriedade do próprio. Sendo este
mesmo Estado incapaz de gerir os seus, mas querer orientar os privados a fazer, quando será nas mãos dos privados, onde melhor se cuida o património.
Para além de ser um mau gestor do seu património, deixando degradar para depois fazer uma “grande obra de investimento público”, ainda se presta ao papel de adquirir novos edifícios para promover essas obras. A preocupação não deve ser no fim de cair, mas sim logo no início, como uma simples caleira, uma pintura, uma reparação de equipamentos dos parques, ou encontrar uma, ou, um conjunto de soluções para climatizar edifícios.
A evolução de técnicas e soluções em todas as áreas tem vindo a melhorar, no entanto quando não se quer ver, de nada vale investir, pois a solução não é procurada. Se o proprietário privado busca melhor e tirar o melhor rendimento possível do seu imóvel, já o Estado deve procurar não negligenciar, melhorar, optimizar e conservar o património, que no fundo é do contribuinte e não do gestor Estado.
João Vinagre
CDS Almeirim