O desenvolvimento económico e comunitário é uma das grandes áreas de intervenção do movimento rotário, que procura contribuir para a resolução dos principais fatores intrínsecos à pobreza: as situações de desemprego, de subemprego, de falta de oportunidades económicas, de ausência de formação adequada e de carência de redes de segurança social que condicionam aqueles que vivem em condições de pobreza e que procuram no trabalho árduo um meio disponível para melhoria do bem-estar.
Assim, a criação de oportunidades de empregos produtivos é fundamental para reduzir a pobreza e favorecer o desenvolvimento económico e social sustentável, bem como proporcionar segurança monetária e emancipação, especialmente para as mulheres, para os portadores de deficiências, para os jovens e todas as populações que vivem em situações de pobreza extrema. Assim como as estratégias para melhorar a educação e saúde, gerar rendimento e criar oportunidades de trabalho produtivo e empreendedorismo são fatores essenciais para reduzir a pobreza.
Considere os seguintes factos: Estudos mostram que 1% de aumento no rendimento agrícola per capita reduz de 0,6% a 1,8% o número de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema e apresentam fortes indícios de que o acesso ao microcrédito reduz a vulnerabilidade no que respeita a variações no rendimento ou no consumo. Pesquisas efetuadas na Nigéria indicam que até uns meros 1% de investimento em recursos humanos, como educação e formação, podem reduzir a pobreza em mais de 66%.
Em países como Singapura, Taiwan e Malásia, ficou demonstrado que o aumento da formação profissional foi um pré-requisito para a transição de uma produção de baixo valor acrescentado a uma de alto valor acrescentado e a aposta na formação é ainda mais importante na luta pela igualdade de género, onde as mulheres, habitualmente relegadas para trabalhos em sectores de baixo valor acrescentado, carecem de qualificações para acederem aos sectores de maior valor acrescentado. Ao longo dos últimos anos têm sido alcançados grandes avanços na redução da pobreza global e embora as melhorias tenham regredido com a recente sucessão de crises económicas, nem por isso deixou de se reduzir as situações de pobreza extrema em quase 50% entre 1990 e 2011 ou deixaram de alcançar alguns dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em 2015, apesar de ainda se verificar uma diferença da ordem dos 25% na desigualdade entre os géneros no mercado de trabalho, ou de os jovens ainda representarem mais de 35% do desemprego mundial Um pouco por todo o mundo o movimento rotário continua a colaborar com as comunidades para incentivar o desenvolvimento económico e comunitário, ciente que cada uma delas tem as suas próprias necessidades e oportunidades específicas para prestar serviços.
Se localmente somos privilegiados relativamente a inúmeras regiões do globo, nem por isso deixamos de apresentar necessidades e situações reais (sejam elas ditadas por condições naturais, pela actual conjuntura de instabilidade ou originadas pelos movimentos migratórios) que carecem de identificação e de atuação capazes de causar o maior impacto possível com o tempo, a energia e os recursos que estejam à nossa disposição.
Nesta linha de atuação, está o Rotary Club de Almeirim em vias de implementar mais um projecto de apoio local e juntando às acções que nos levaram a colaborar com instituições locais como o CRIAL, os Bombeiros Voluntários, a Santa Casa da Misericórdia, o Centro Paroquial ou a Associação Alzheimer, está agora em vias de concretizar uma acção de apoio ao Projecto de Inclusão Educacional promovido pela Associação Proabraçar, entidade que localmente se tem destacado no apoio às comunidades migrantes, que visa dotá-la de diversos materiais e equipamentos de ensino que facilite a adoção das estratégias adequadas e de acordo com as situações concretas e os diferentes níveis de proficiência dos jovens migrantes que apoiam.