A depressão é um pedido de socorro da nossa alma … Precisamos rever comportamentos que nos estão a magoar intensamente e profundamente.
Temos de nos libertar mais do mundo material e de tudo aquilo que pensamos ser nosso eternamente.
A única coisa eterna em nós, é a nossa alma ,a nossa consciência, todo resto fica, quando regressarmos a casa.
Uma dor que corrói,
Machuca, destrói,
Maltrata e de tão ingrata,
Humilha e mata.
Um estado da mente,
Que nos fere de frente,
Que nos dificulta entender,
Difícil de fugir ou esconder.
Uma doença silenciosa,
Por vezes misteriosa,
E para não ser percebida,
Aparece cautelosa na nossa vida.
No seu íntimo envergonhada,
E com receio de ser desmascarada,
Mantém-se escondida.
Pode ser sorridente,
E até confundir a gente,
Se ela existe ou não,
Mas é no isolamento,
Em um quadro deprimente,
De aflição e lamento,
Que se revela o acontecimento,
Trata-se mesmo de depressão.
O ser quando ouvido,
Revela o sentimento abafado,
Esvazia lágrimas contidas,
De um sofrimento guardado.
Esta doença cruel,
Que se apresenta sem consciência,
Provoca o desejo de findar,
Acabando com a própria existência.
As palavras dos outros,
Não interessam mesmo nada,
E os conselhos do mundo,
Não adormecem a dor causada.
Uma tristeza infinita,
Dorida e angustiante,
Que entra no nosso corpo,
De forma extremista e galopante.
Quem a desvaloriza,
Não conhece,
O amargo desta tortura,
A depressão não é suave,
Nem tem nada de frescura.
Não é fingimento,
Nem chamadas de atenção,
É vitima de julgamentos,
Desacredita-se na solução.
A pessoa deprimida,
Não cocheia,
Nem anda de braço ao peito,
Não apresenta feridas ou sangramento,
Mas toda a sua alma chora,
Por fora e por dentro.
Este espírito deprimido,
Desagarra-se da matéria,
Onde está encarnado,
Não reconhece o corpo,
Onde se encontra incorporado.
O próprio humano,
Deixa de se conhecer,
E perante a agonizaçâo,
Deseja por tudo, morrer.
A família que acompanha,
E observa o desgaste diariamente,
Vê-se e sente-se incapaz ,
De acalmar a enfermidade evidente.
É uma tremenda aflição,
Que parece não ter fim,
Até que a pessoa reconheça,
O propósito de se encontrar assim…
Adormece-se com medicação,
Esta doença desdenhada,
Lava-se a cara e sorri,
Acredita-se curada.
Na primeira desordem,
Que a vida compactuar,
Volta a dor , a tristeza,…
A depressão a acordar.
Com a alma descolada,
E aperto no coração,
Digo de forma sentida,
Que nunca tratarás esta ferida,
Com os métodos tradicionais que nos dão.
Será finalmente abatida,
E retirada de vez,
Quando perguntares para quê,
Em vez de tantos porquês.
Sandra Fé Fernandes