A seca no país é algo que nos tem entrado pela porta adentro todos os dias. É bem visível nos cursos de água mais pequenos completamente secos e os permanentes, como o Rio Tejo, a Vala de Alpiarça e a Ribeira de Muge com um caudal bastante reduzido.
Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que esta situação é normal no nosso clima. Portugal tem um clima essencialmente de transição, entre aqueles que são muito secos, onde chove muito pouco, e aqueles mais húmidos, onde chove praticamente todo o ano. Isto traz mais situações extremas, ou seja, vamos da precipitação abundante à estiagem severa no espaço de meses. Não obstante, tem-se verificado uma alteração dos padrões de precipitação, ou seja, há menos água a chover, logo, há menos a correr nas linhas de água. No entanto, existem também causas humanas, como por exemplo as barragens.
Tendo em conta as do Tejo, verificamos como aspetos positivos, a criação de energia ou o amortecimento de pontas de cheias que Castelo do Bode proporciona. O reverso da medalha são a erosão do litoral por perda de sedimentos e a vida fluvial comprometida.
Também as culturas super-intensivas de regadio, que obrigam a uma grande disponibilidade de água, ou o desordenamento florestal, que impede a recarga dos lençóis freáticos, podem ser apontados.
Em Almeirim, vemos, na zona da Serra, manchas de eucaliptos, onde nascem a maioria das linhas de água que são tributárias da Vala de Alpiarça, como a Ribeira de Muge.
Samuel Tomé – CDU Almeirim