Desigualdades

Segundo o INE, a inflação em julho de 2022 foi de 9,1%, relativamente ao mesmo mês homólogo de 2021. Os produtos energéticos subiram 31,2% e os produtos alimentares 13,2%. Devido à pandemia, a taxa de pobreza aumentou. Passou de 15,7% (2019) para 18% (2020). Há reformados que não têm qualquer atualização das pensões há mais de 10 anos.

No 1º semestre de 2022, as empresas da área de energia, comércio alimentar e setor financeiro ganharam significativa e escandalosamente. O Governo ganhou com a cobrança acrescida de impostos. As famílias perderam rendimento e, dos cerca de 2 milhões de reformados/pensionistas, 80% vivem com pensões até 450 euros. O aumento máximo que o Governo concedeu em janeiro de 2022 foi de 1% para as pensões até 886 euros. No 1º semestre, os 5 maiores bancos lucraram 1,3 milhões e as 7 multinacionais do petróleo 117,8 milhões de euros.

A recusa do Governo em aumentar extraordinariamente as pensões, a pretexto de não criar a chamada espiral inflacionista, condena milhares de reformados, pensionistas e idosos a viverem com dificuldades acrescidas para se alimentar, contribuindo para a elevação da pobreza, pior saúde e agravamento das desigualdades sociais.

A CDU, o MURPI, a ARPICAL, exigem a valorização de todas as pensões como forma de dar resposta ao aumento do custo de vida e reposição do poder de compra. Só assim se poderá garantir o envelhecimento ativo, com direitos e dignidade para Todos.

José Manuel Sampaio, CDU Almeirim (publicado na edição de 1 de setembro)