Numa grande entrevista, concedida ao jornal O Almeirinense, António Nunes, presidente da concelhia do PSD Almeirim, fez um balanço dos últimos meses de mandato. Falou também sobre a visita do Líder do Partido social Democrata, Luís Montenegro, à nova sede do psd Almeirim e deixou duras críticas ao atual presidente da Câmara, Pedro Ribeiro.
O que o levou a entrar neste projecto?
Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa de ações , e não gosto de estar parado. Senti que havia um vazio em termos políticos no concelho de Almeirim e uma falta de outra visão para termos um contraditório do monopólio do PS, sendo encorajado por alguns amigos e colegas que viram em mim a personalidade de poder unir e fazer acreditar na mudança.
Quando me fizeram o convite para ser candidato à junta de freguesia, eu disse na hora que sim ,sabendo eu que iria passar a ser olhado de lado por muita gente, pois, como todos sabem, eu vinha de vinte e sete anos de partido socialista. Muitas amizades foram postas em causa, pessoas a quem eu ajudei a serem o que são hoje viram a cara para o lado quando se cruzam comigo, e a carapuça serve para a quem a enfiar.
O António Nunes procurou o PSD, ou foi o PSD que procurou o António Nunes?
Como já disse anteriormente, foi o PSD que me procurou , delegando para isso o Nuno Fazenda e o Nuno Cardigos, que era o candidato à Câmara Municipal de Almeirim. Procuraram-me fruto do trabalho que tenho feito em prol da freguesia da Raposa ao longo dos anos.
Como correm estes meses?
Com muito trabalho e entusiasmo, para erguer novamente o partido que estava adormecido. Tem sido acima das expectativas, no sentido em que fui vislumbrando, ao longo do tempo, todo o apoio que as pessoas me foram dando sem segundas intenções, o que me foi dando forças para continuar a acreditar que estou no caminho certo.
A sede e a visita de luís Montenegro são os momentos mais marcantes?
Sem dúvida. Foi o resultado de um trabalho inicial, que nos absorveu intensamente, mas que resultou positivamente na vida do nosso partido, aqui em Almeirim. Porque sendo honesto tenho que dizer que este concelho estava um bocado esquecido pelo partido há alguns anos e esta visita representou um marco no trabalho feito e no que iremos fazer no futuro. Têm sido meses muito intensos, onde além da presença do líder do partido, temos que realçar o sentido de militância de duas pessoas: O Drº Teotónio Oliveira e a Dr.ª Antonieta Oliveira pela cedência a título gratuito para a nova sede do PSD. Podemos destacar também, além da inauguração da nova sede, que desde já convido todos os militantes e simpatizantes a visitarem, realizámos também o primeiro de muitos colóquios, sobre temas importantes para o concelho de Almeirim, que organizamos no auditório da Biblioteca Municipal, como o tema da água, a agricultura e futuro, tendo como orador principal o eng. José Lobão, e cuja gravação do mesmo já foi disponibilizada ao vosso jornal, e que se revela de extrema importância, derivado ao Projeto Tejo e ao aproveitamento da água de superfície para a agricultura.
Em que tem incidido o trabalho do PSD Almeirim?
Principalmente na divulgação das nossas ideias para cativar novos militantes e buscar aqueles que deixaram de acreditar, fazendo ver que este projeto faz todo o sentido nesta conjuntura política, porque antes de mais é importante perceber o nosso ponto de partida.
A concelhia do PSD Almeirim, estava numa situação de inatividade há já algum tempo por motivos diversos, sendo que no curto espaço de tempo que levamos de trabalho temos sentido o apoio de todos os militantes, quer ainda ativos quer por parte daqueles que já se tinham afastado.
Já está a preparar o próximo ciclo autárquico?
Ao arrumar a casa, não estamos a descurar o futuro, claro que estamos a construir uma base de militantes capazes de levar a bom porto o próximo projeto autárquico.
Mais do que preparar um novo ciclo, temos que preparar ideias e consolidar mais ainda os projetos que já foram apresentados, procurando o contacto com a sociedade civil na melhoria dos mesmos, o que se tem revelado, até agora, bastante satisfatório.
Há 10 anos gerou-se alguma espectativa, para perceber o que acontecia nos pós Sousa Gomes, será que isso pode voltar a acontecer com o fim do ciclo Pedro Ribeiro?
Não acho que haja um ciclo de Pedro Ribeiro, por achar que este presidente foi uma escolha de recurso pelo PS, e não ter obra feita, mas sim obras de obrigação, ao contrário do seu antecessor e, por essa razão, não tenho expetativa nenhuma ,estou apenas focado no nosso trabalho.
O António Nunes será candidato á camara?
É uma ideia que nunca me passou pela cabeça, mas não a ponho de lado, o futuro a Deus pertence.
Espera que nas próximas eleições, seja o Paulo Caetano o candidato?
Não fazemos ideia, e sinceramente acreditamos, que seja quem for será a continuação do péssimo trabalho aos munícipes de Almeirim e concelho.
Como avalia a gestão socialista?
Péssima, com falta de visão, ambição e uma gestão danosa para os contribuintes, ofuscando os contribuintes com projetos desnecessários, mas os trabalhos estruturais que este concelho precisa: Nada. Falta a coragem.
Olhando para os últimos 10 anos, Almeirim perdeu duas gerações que foram para fora, e que dificilmente voltam, o que é uma tragédia, estamos a falar de um concelho que gasta muito dinheiro a formar pessoas, de muito valor, para outros aproveitarem.
Desafio qualquer almeirinense, incluindo vocês comunicação social, a apontarem para o que é hoje em dia o centro de Almeirim, comparando com o que já foi, e não termos a sensação de que estamos a andar para trás, ou até mesmo constatarmos que apenas temos grandes projetos de investimento como a Mercadona, que escolherem Almeirim, não por trabalho da Câmara, mas sim como último sítio de recurso, se isto não dava para o nome de um fado ( fado tristeza) , Como tal darmos a conhecer os nossos projeto torna-se vital.
Reconhece alguns aspetos positivos?
Claro que sim, nem tudo pode ser mau. Se olharmos para o concelho de Almeirim como se fosse um grande lar para idosos, suponho que tem sido feito um trabalho interessante de gestão do mesmo, com a abertura de casas mortuárias e crematórios, ou seja, uma Câmara que se preocupa mais com os mortos do que com os vivos.