Os trabalhadores da Sumol+Compal anunciaram a realização de uma greve no próximo dia 12, alegando “intransigência” da administração perante reivindicações como reformulação da tabela salarial e perspetivas de progressão na carreira.
A greve irá decorrer entre as 23h do dia 11 e as 08h do dia 13 de janeiro, estando a manifestação em frente à câmara de Almeirim agendada para o período das 14h às 16h de dia 12.
Em comunicado enviado hoje à Agência Lusa, a direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (SINTAB) diz que, após decisão tomada em plenários realizados em novembro nas unidades de Almeirim e de Pombal, foi emitido um pré-aviso de greve para o dia 12 de janeiro, com concentrações à porta das duas fábricas e a realização de uma manifestação em frente à Câmara Municipal de Almeirim, com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
“Esta decisão deriva da intransigência que a administração tem demonstrado na recusa da séria negociação da carta reivindicativa apresentada pelos trabalhadores”, afirma a nota.
Segundo o SINTAB, os trabalhadores da Sumol+Compal reivindicam a “reformulação do escalonamento da tabela salarial, quase totalmente absorvida pelo SMN [salário mínimo nacional], e a implementação de perspetivas de progressão de carreira”.
O sindicato alega que a administração da empresa “não tem dado qualquer resposta objetiva, desvalorizando a iniciativa e os próprios trabalhadores”.
O comunicado lembra que, em plenários realizados em novembro, tinha já sido deliberado “o combate à contínua precarização da mão-de-obra, por recurso excessivo e injustificado à prestação de serviços externos e trabalho temporário, bem como a firme oposição aos despedimentos coletivos que a empresa colocou em prática durante os últimos anos”.
Na Carta Reivindicativa então aprovada, era pedida uma valorização do vencimento base em 150 euros, para todos os trabalhadores, para inverter a perda do poder de compra ocorrida na última década, a atualização do subsídio de turno para 25% do salário base, bem como das horas noturnas (de 27,5% para 35% e de 39% para 50%) e do subsídio de refeição para 7,5 euros.
Por outro lado, os trabalhadores querem a adoção de “um sistema de diuturnidades, assente em seis escalões, em que cada escalão represente a permanência de cinco anos na mesma função”, e uma valorização salarial acessória de 50 euros em cada diuturnidade.
Outras reivindicações são a implementação de 25 dias de férias sem penalizações e a redução faseada da carga semanal para 35 horas, “possibilitando aos trabalhadores a melhoria de qualidade da sua vida familiar, conciliando-a com a sua vida profissional, contribuindo para a melhoria dos índices de produtividade da empresa”, afirma o documento.