Rafael Almeida, hoquista natural de Almeirim, tem dado nas vistas no Oeiras com 27 golos e 11 assistências e 21 jogos sem perder. Mesmo contra os grandes clubes do panorama nacional, o jovem hoquista tem sido decisivo.
Numa conversa com o ALMEIRINENSE, Rafael e o pai Duarte falaram da forma muito positiva como está a correr a temporada: “A temporada está a correr bem. Ganhámos o torneio de abertura da Associação Patinagem de Lisboa (APL), agora o campeonato regional ALP e queremos continuar a dignificar o nome do clube nos campeonatos seguintes”, contam.
O pai destaca que “todos os jogos são importantes. Pois é o somatório de todos os pontos que nos fazem alcançar os tão ambicionados títulos”, e Rafael acrescenta: “Tenho conseguido marcar nos jogos contra as equipas candidatas, pois tenho uma equipa forte e unida que me apoia desde o dia em que cheguei a Oeiras e um treinador que acredita da minha qualidade como jogador.”
E o grande objetivo é o título APL. “Ganhar o título APL é um desejo de qualquer atleta de hóquei em patins, visto ser, na minha opinião, o mais difícil. Obviamente que eu não fujo à regra, até porque o meu sonho é ser campeão nacional e vencer o campeonato associação patinagem de lisboa deixa-me mais preparado, mais confiante e com mais esperança que isso possa acontecer”, assume o jovem atleta.
O pai é parte também integrante deste sucesso e “ qualquer mudança que faça com que os nossos filhos sejam felizes vale a pena. E o Rafael está feliz, por isso, o primeiro objetivo da mudança foi alcançado. Desportivamente, também tem contribuído para uma evolução gradual e consistente, devido à exigência imposta pelo treinador nos respetivos treinos e jogos. É um campeonato recheado de equipas de muita qualidade, que “obrigam” a um esforço suplementar e, como consequência, ajuda ao crescimento de todos os atletas.”
Sobre a mudança, Duarte explica que “a maior diferença que se destaca logo, é a quantidade de atletas a praticar o hóquei em patins. Todos os escalões têm equipas completas e isso faz com que os atletas tenham que trabalhar mais nos treinos para garantirem um lugar na equipa e poderem jogar. O segundo ponto é o campeonato regional que é mais competitivo, conforme já falei na questão anterior. Em Almeirim, o H.C. Os Tigres é um clube com uma excelente formação, que tem material para que todos possam iniciar no hóquei sem qualquer custo, mas o futebol continua a reter a grande parte dos atletas do concelho. Desculpe a minha sinceridade, mas na minha opinião, apenas os atletas que gostam mesmo de hóquei em patins é que vão para os Tigres…e julgo que seja insuficiente. Depois aparecem para treinar os atletas que não conseguem entrar nas equipas de futebol. Em Almeirim, isso não acontece só com o hóquei em patins…é tranasversal à outras modalidades”, desabafa.
Mas estes resultados e os golos são a parte sorridente, no entanto, há muito tempo despendido e quilómetros feitos: “Não posso esconder que é muito tempo despendido em viagens e fins de semana dedicados ao hóquei, mas com a ajuda e esforço dos avós, temos conseguido. No entanto, também retemos pontos positivos. Passamos muito tempo com o “pirata”, tornámo-nos mais próximos, falamos de tudo um pouco e há um reconhecimento por parte dele, que se aplica nos treinos e jogos e que, claramente, compensa o esforço por nós feito”, sublinha o pai Duarte.
De regresso ao jovem atleta, que os pais tratam carinhosamente por “pirata”, Rafael tem o sonho de chegar um dia a jogar na seleção nacional, mas tem de trabalhar muito para lá chegar. “Mas com o apoio da minha família continuarei a trabalhar e quem sabe, um dia, posso levar o nome de Almeirim uma vez mais a uma equipa da seleção nacional, como já foi feito.”
Rafael começou a ver os treinos e jogos do irmão André e, com 18 meses, já andava no pavilhão com o stick na mão. “O primeiro jogo que participei tinha quatro anos e era treinado pelo Diogo Quina, que sempre me acompanhou e agora é o meu treinador no seu ginásio.”
O irmão é a principal referência: “O meu irmão é o meu melhor amigo, que me ajudou e ajuda a ter um melhor desempenho. Estamos sempre em casa a jogar hóquei juntos. Não posso deixar de agradecer às pessoas que me ajudaram a chegar onde estou hoje. Por isso, agradeço desde já ao meu irmão André, aos meus pais e avós que se ajudam diariamente com os treinos e jogos, mas também aos treinadores que fizeram de mim o jogador que sou hoje. São eles, João Santos, Diogo Quina, Nuno Silva, José Lourenço, Rui Oliveira e Pedro Carvalho.”