Prevenção e diagnóstico precoce são cruciais para reduzir a mortalidade por cancro

No Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, que se assinala hoje, dia 4 de fevereiro, Sandra Bento, diretora do Serviço de Oncologia da Unidade Local de Saúde da Lezíria (ULS Lezíria), destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para combater o cancro, que é a segunda causa de mortalidade em Portugal.

“A maioria dos cancros pode ser curável se o diagnóstico for feito em fases iniciais da doença, pelo que o foco na prevenção e no diagnóstico precoce é fundamental para tentar reduzir a incidência e a mortalidade por cancro”, afirma a médica.

Sandra Bento reforça que cada pessoa tem um papel ativo na prevenção e que o primeiro passo é a adoção de um estilo de vida saudável. Neste contexto, a medida mais importante é a cessação tabágica: “Os fumadores têm uma incidência aumentada de todos os tipos de cancro em relação aos não fumadores.”

O consumo de álcool e a alimentação inadequada também são fatores de risco: “O álcool é associado a um maior risco de cancro, particularmente cancros da boca, da garganta, do esófago, da laringe, do fígado e da mama”, e “uma dieta rica em gorduras aumenta o risco para cancro do cólon, do útero e da próstata”.

Sandra Bento recomenda hábitos saudáveis para reduzir o risco: “Uma dieta rica em frutas e vegetais, juntamente com a prática de exercício físico regularmente, de forma a manter um peso adequado e evitar a obesidade, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver cancro.”

A médica alerta também para a importância da vacinação e do diagnóstico precoce: “A vacinação contra o HPV (vírus do papiloma humano) está incluída no Programa Nacional de Vacinação”, e “para um diagnóstico precoce é de extrema importância a realização de rastreios populacionais, que visam a deteção de lesões pré-clínicas e/ou pré-malignas”, menciona.

Atualmente, existem três programas de rastreio oncológico em Portugal: mama, colorretal e colo do útero. “A realização destes rastreios de base populacional levou a reduções de mortalidade aproximadamente nos 30% no cancro da mama, 20% no cancro colorretal e 80% no colo do útero”, realça a diretora do Serviço de Oncologia da ULS Lezíria.

“A promoção de estilo de vida saudável e a participação nos rastreios populacionais sempre que indicado são fundamentais para a diminuição da mortalidade por cancro”, conclui a médica.