É do conhecimento geral que, no início de cada ano, os preços de produtos e serviços, bem como o custo de vida, aumentam em relação ao ano anterior. Porque tal acontece?
A resposta não é simples e deve-se, normalmente, a um conjunto de fatores, dos quais se destacam o aumento da inflação, dos custos de produção, do preço de matérias-primas e energia ou até mesmo devido aumento do salário mínimo nacional. A nível internacional, conflitos localizados, como por exemplo a guerra na Ucrânia, ou interesses geopolíticos em zonas ricas em matérias-primas e recursos desejamos pelo Mundo Ocidental podem ditar aumentos ou reduções no preço de determinados produtos.
Para este ano de 2025 os aumentos previstos já neste mês focam-se nos sectores da energia e gás, no sector alimentar nomeadamente nos produtos lácteos e derivados, bem como no pão, frutas e legumes, carne e café. É igualmente de destacar o aumento no preço do tabaco.
Igualmente, o sector dos transportes conhecerá novos aumentos a nível do preço do bilhete unitário (não se refletindo no valor dos passes), no valor das portagens e nas mensalidades da Via Verde. Aqui destacam-se as reduções previstas para o custo dos carregamentos de veículos elétricos e para os detentores de pontos de carregamento.
No caso do sector da Banca destaca-se a instabilidade sobejamente conhecida da Taxas de Juro no crédito à habitação (Euribor) e as comissões bancárias praticadas pelas diversas instituições financeiras em Portugal.
Perante um panorama como este, o ano de 2025 pode trazer mais instabilidade ao frágil sector bancário e a instabilidade nos mercados financeiros internacionais pode agravar a qualidade de vida das Famílias Portuguesas. Tudo isto revela um País pouco resistente e poupo preparado para se proteger de factores externos, que poderão afetar em grande dimensão o orçamento das famílias e a resiliência das empresas portuguesas.
António Carneiro – CH Almeirim