Água, esse elemento que sustenta a vida, que permite o crescimento e cultivo de quase tudo, mas que também pode ser destruidor, por onde passa. É na água e com a água que avançamos e prosperamos, mas devemos sempre respeitar e entender os seus percursos e caminhos.
Verdade que a humanidade tem vindo a usar, encaminhar e guardar a água para diversos fins, mas assim como houve e há quem a respeite e conserve, outros fizeram e fazem o oposto. A água “lembra-se” sempre do seu caminho e mais cedo ou mais tarde, volta a passar no seu trilho. Tivemos os acontecimentos recentes em Espanha, mas há sempre acontecimentos desta natureza, um pouco por todo o mundo. Se se for observar bem os percursos que a água toma, foi sempre ou quase sempre onde ela passava, mas que agora está ocupada/obstruída por construções.
No início deste mês, tivemos em Almeirim, uma acontecimento de elevada pluviosidade, num curto espaço de tempo e área, o que levou a uma rápida subida da água, pois as condutas não conseguiam dar resposta de escoamento face à precipitação. Fenómeno incomum e fora do normal, mas que não é a primeira vez, nem há-de ser a última. No entanto, ao ver as imagens publicadas nas redes sociais, pois não me encontrava em Almeirim por motivos profissionais, pude observar que a água “sabia” onde era o seu caminho, e que foi para lá que se encaminhou, para o Vale Vigo! Pois é, esse vale que atravessava quintais na zona dos restaurantes, passando pelo Jardim dos Charquinhos e continuando em direcção a São Roque.
Lembro-me bem, e penso que muitos também se hão-de recordar, para além deste vale, das inundações que havia no Inverno naquela zona. Não é só uma questão de alterações climáticas ou fenómenos extraordinários, é também falta de respeito pela água. Infelizmente, há mais exemplos um pouco por todo o lado.
João Vinagre – CDS Almeirim
