“Queremos continuar a levar a fisioterapia de qualidade a cada vez mais pessoas”

Dois primos, que são tão próximos como os irmãos, decidiram apostar num novo negócio. Jovens e ambiciosos, a Beatriz Fernandes e o Rui Lopes acreditam que tem valido a pena o esforço destes dois anos.

Estão a festejar dois anos. Como tem corrido?

(Beatriz Fernandes e o Rui Lopes): Tem corrido muito melhor do que imaginávamos. Temos tido um crescimento sustentado na procura dos nossos serviços e as pessoas têm acolhido muito bem o nosso conceito. Entendemos que a fisioterapia deve ser personalizada, por isso, os nossos profissionais estão dedicados exclusivamente a um paciente de cada vez. Esta abordagem permite mais eficácia no tratamento das lesões e resultados mais rápidos em menos sessões de tratamento. A nossa estratégia de crescimento é tratarmos as pessoas o melhor possível no menor espaço de tempo, para evitarmos tratamentos demasiado prolongados com eficácia comprovadamente reduzida.

Passados dois anos já se sentem uma referência na região?

(BF): Atualmente, recebemos pessoas de vários concelhos: Abrantes, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém e, obviamente, Almeirim. Temos também alguns exemplos que comprovam que já somos uma referência na fisioterapia: Há tempos, fomos contactados por uma jovem das Fazendas de Almeirim que tinha uma dor no joelho. Na consulta de avaliação, descobrimos que a lesão era muito grave e aconselhámos a paciente a ser avaliada por um médico Ortopedista. Fizemos também um relatório detalhado para ser entregue ao médico, como fazemos em todas as nossas consultas de avaliação. O médico, ao ler o relatório, contactou-nos para conhecer a clínica e dar os parabéns pela qualidade do documento, referindo que nunca tinha recebido um relatório tão detalhado e preciso na identificação de uma lesão. Convidou-nos também para assistir à cirurgia da paciente, o que nos surpreendeu mas deixou-nos orgulhosos porque não é uma prática comum. A recuperação da jovem foi feita na nossa clínica com ótimos e rápidos resultados, o que fez com que este médico e outros da mesma especialidade começassem a recomendar frequentemente os nossos serviços aos seus pacientes.

Dois anos depois, continuam a confiar na decisão de não ter acordos diretos com subsistemas de saúde?

(RL): Sim, continuamos. Aliás, hoje ainda acreditamos mais que foi a decisão acertada. Os acordos diretos prejudicam a qualidade do serviço, desde o atendimento ao tratamento. Colocam uma pressão desumana nos profissionais, que muitas vezes não têm outra alternativa senão descurar o acompanhamento da pessoa que têm em mãos, privilegiando a quantidade em detrimento da qualidade. É impossível um fisioterapeuta dar o seu melhor para atingir resultados quando atende 4 pacientes por hora. Aqui na Fisiofox, o paciente está em exclusivo com o fisioterapeuta durante o tempo que for necessário para cumprir os objetivos daquela sessão. Apesar de não termos acordo direto com nenhum prestador, todos os nossos pacientes, que tenham seguros de saúde, podem pedir o reembolso à sua seguradora. Na maior parte dos casos, o valor do reembolso é de 50%.

Fizeram um grande investimento em equipamentos, valeu a pena?

(RL): Fizemos um grande investimento em toda a linha. Investimos muito na preparação do espaço, para recebermos as pessoas da melhor forma possível, principalmente quem tem mobilidade reduzida e investimos ainda mais em equipamentos de topo, dos melhores a nível Mundial na área da fisioterapia, para podermos tirar o máximo partido do conhecimento e experiência da nossa equipa em cada sessão de tratamento. Desde que abrimos, há dois anos, ainda não parámos de investir. A nossa ambição é continuar a equipar a clínica com o que de melhor existe nesta área para sermos uma referência, não só na região, mas no país. Temos a certeza que o investimento que fizemos e que continuamos a fazer vale a pena, principalmente porque a Beatriz estuda diariamente as terapias mais eficazes e tem experiência e conhecimento para tirar o máximo partido das ferramentas mais recentes, não só como fisioterapeuta, mas também como formadora da nossa equipa e de outras equipas a nível nacional.

Se continuarem sempre a investir o retorno não fica mais difícil? Já tiveram algum retorno do investimento que fizeram?

(RL): Esta é uma boa questão, mas nós não vemos as coisas por esse prisma. Claro que, como qualquer empresa, queremos crescer a nível orgânico e a nível financeiro, mas para nós, há coisas mais importantes a curto e médio prazo. Quando abrimos a Fisiofox, há dois anos, sabíamos que era um projeto de vida e não uma forma de ganhar muito dinheiro em pouco tempo. Queríamos, essencialmente, criar um espaço de fisioterapia de qualidade, onde as pessoas pudessem ser tratadas com a máxima atenção e fazer com que cada sessão trouxesse melhorias significativas que fossem sentidas pelos pacientes. Conseguimos. Temos o retorno do nosso investimento todos os dias após cada sessão de tratamento. Ter estas ferramentas de ponta ajuda-nos a prestar um serviço de topo e a ajudar as pessoas na sua recuperação. Este é o maior retorno que podemos ter e é também a melhor forma de ganharmos a confiança de cada vez mais pessoas. Respondendo diretamente à pergunta, sim, o retorno financeiro vai ser dilatado no tempo e o que fomos tendo nestes dois anos foi sendo reinvestido.

Diz-se que há muito trabalho de prevenção que se pode fazer para evitar lesões. Concordam? Vocês também ajudam na prevenção?

(BF): Todos os nossos pacientes são tratados como desportistas de alto rendimento. Desde o operador de caixa, o professor ou o agricultor. Todos precisam de estar bem fisicamente para desenvolverem o seu trabalho em pleno. Por isso, fazemos uma avaliação cuidada para a identificação de fatores de risco e implementamos estratégias baseadas em exercícios simples e divertidos, com baixos custos de tempo e dinheiro, mas sobretudo, seguros e eficazes.

Se me lesionar amanhã, como posso marcar a minha consulta de avaliação?

(BF): Esperemos que isso não aconteça, mas se tiver uma lesão ou dor pode agendar uma avaliação de fisioterapia através do nosso site fisiofox.pt ou por telefone para o 243 098 619. O fisioterapeuta é um profissional de saúde de primeiro contacto, por isso, faz uma avaliação da sua condição e se for necessário ser avaliado por um médico da especialidade, fazemos o encaminhamento. Sabemos que as dores não têm dia nem hora para acontecer e, por isso, criámos uma linha de Fisioterapia na hora à qual chamámos de “Urgências” em que garantimos a resposta em 24 horas seja na clínica ou em domicílio.

Além da fisioterapia também prestam outros serviços na clínica?

(RL): Sim, na Fisiofox, além da Fisioterapia, também temos consultas de Podologia e Psicologia. Existem lesões que não são visíveis, mas que são tão ou mais importantes do que as outras e a psicologia ajuda a equilibrar a mente para superarmos essas dificuldades. A nossa psicóloga é especialista em Psicologia infantil e tem muita experiência a trabalhar com crianças e jovens em contextos adversos. A Podologia é pouco conhecida, mas tem uma importância enorme no nosso bem-estar. Os pés são o ponto de apoio do corpo 24 horas por dia durante a nossa vida toda e merecem atenção e cuidado.

A Podologia é algo que a maior parte das pessoas precisa, mas não sabe que existe. Também sentem isso?

(RL): Infelizmente sim, sentimos que muita gente não sabe sequer que existe um profissional de saúde dedicado exclusivamente aos problemas nos pés. O nosso Podologista, o Dr. Filipe Esteves, tem uma vida dedicada a acompanhar pessoas de todas as idades nas mais variadas doenças do pé. Acompanha grandes atletas nacionais em várias modalidades, nomeadamente no ténis, padel, atletismo, futebol e muitas outras. É fundamental consciencializarmos a população de que ter dor, calosidades, unhas encravadas ou amareladas e mau odor nos pés não é normal e pode ser tratado.

Qual a vossa estratégia de crescimento para os próximos anos?

(RL e BF): Queremos continuar a levar a fisioterapia de qualidade a cada vez mais pessoas, aumentando a nossa oferta e cimentando os serviços que já temos. Já fazemos urgências e domicílios, mas queremos fazer mais e melhor. O próximo grande investimento que iremos fazer vai acrescentar ainda mais qualidade ao serviço que prestamos. Vamos conseguir ver a extensão e evolução da lesão em tempo real, o que permite mais eficácia no tratamento. Queremos também continuar a sensibilizar as pessoas para a importância que a Fisioterapia, a Psicologia e a Podologia têm no nosso dia a dia e no bem-estar de cada um.


Beatriz, a ligação ao desporto continua. Ainda recentemente esteve no Mundial de Patinagem. Como correu?

Foi uma experiência muito enriquecedora com 58 países inscritos e mais de 500 patinadores. Apesar do nível competitivo altíssimo, conseguimos um apuramento histórico de dois patinadores para os World Games 2025 que são o equivalente aos jogos olímpicos para modalidades não olímpicas.

Este ano foi a segunda grande competição, certo?

Sim. Estive no campeonato da Europa na Bélgica onde regressámos com dois vice-campeões europeus e sete medalhas. A patinagem de velocidade, infelizmente, ainda não é uma modalidade com muita projeção, mas temos patinadores com muito talento e que trabalham como profissionais.

Qual é o sentimento de representar Portugal como fisioterapeuta nestas competições internacionais?

É indescritível apesar da grande responsabilidade. Quem me conhece sabe que sou benfiquista desde pequena e achei que trabalhar no meu clube era estar no topo da minha carreira profissional. Mas representar a seleção nacional é outro nível, ver um atleta subir ao pódio e cantarmos o Hino a plenos pulmões, no estrangeiro, e ver a nossa bandeira no ponto mais alto é, de facto, um sentimento ímpar.

Que experiência traz na bagagem e de que forma pode aplicar esse conhecimento no dia a dia das pessoas que trata?

O desporto dá-nos ferramentas que todos devemos aplicar nas nossas vidas. A disciplina, a cooperação e a resiliência são fundamentais para evoluirmos. Do ponto de vista profissional dá-nos uma certa urgência em obter resultados porque um atleta tem de recuperar no menor tempo possível e isso obriga-nos a estar sempre comprometidos com o processo de reabilitação, a estudar diariamente e a aplicar novas técnicas.