Inicia-se o novo ano letivo e apesar da esperança renovada perante o regresso à escola e ao convívio com os colegas e amigos, presenciamos os mesmos problemas de sempre.
Os desafios da Escola Pública ganham relevo nestes dias, em especial com a falta de professores. Na última semana de setembro, mais de 140 mil alunos estão sem aulas a pelo menos uma disciplina. Também a falta de trabalhadores e profissionais não docentes é uma realidade e a transferência para os municípios não foi solução, continuando os mesmos a ser em número insuficiente ou sem qualificação, nomeadamente, para lidar com alunos com necessidades específicas.
Problemas com material informático e didático, que tem avarias constantes, impede alguns alunos de aceder a atividades digitais, promovendo desigualdades nas aprendizagens.
As medidas anunciadas pelo atual Governo prevêem-se que sejam pouco eficazes, pois alguns dos apoios são discriminatórios, visto que não se aplicam a todos os docentes que estão deslocados. Não são de hoje as propostas da criação de um apoio de deslocalização a atribuir aos professores, pois Os Verdes propuseram em 2020 em sede de Orçamento do Estado, mas o PS e o PSD votaram contra. Os Verdes não desistiram e fizeram um Projeto de Lei votado em 2021 e que PS e PSD votaram contra.
Os sucessivos governos PS, PSD/CDS desinvestiram na Escola Pública, desrespeitaram os seus profissionais e os problemas agravam-se a cada ano. É urgente aplicar medidas que assegurem o futuro das crianças e jovens, tal passa por um reforço no investimento para garantir maior atratividade na profissão docente, mais técnicos e assistentes, melhor edificado e menos campanhas demagógicas para “chamar ao ensino” os professores reformados.
Sónia Colaço – CDU Almeirim