João Salgueiro da Costa – a nova geração de uma das mais antigas dinastias de Cavaleiros

João Salgueiro da Costa nasceu a 11 de Maio de 1989. Natural de Valada do Ribatejo, representa, nos dias de hoje, a mais nova geração de uma das mais antigas dinastias de Cavaleiros Tauromáquicos Portugueses “Os Salgueiros”. Toureou como amador no Campo Pequeno a 17 de Maio de 2007. Prestou provas Cavaleiro Praticante a 23 de Julho de 2007, em Alcochete.

A 29 de Maio de 2016, na monumental Praça de Toiros de Almeirim, hoje, Arena D’Almeirim, tomou a Alternativa das mãos de seu pai João Salgueiro, que vinte e oito anos antes, tinha recebido a Alternativa na mesma praça. O Cartel foi composto pelo Maestro António Ribeiro Telles e por seu sobrinho João Ribeiro Telles Jr., João Salgueiro (pai) e João Salgueiro da Costa (filho). Ligou-se um Curro de Toiros do Engº Joaquim Grave e pegaram os Forcados Amadores de Santarém e Montemor. 

João Salgueiro da Costa alcançou importantes prémios e triunfos, tanto em Reguengos de Monsaraz, Campo Pequeno, Vila Franca além de muitos outros. O ano de 2018 foi o ano da sua afirmação e consolidação do mais jovem Toureiro da Dinastia Salgueiro, tendo alcançado grandes triunfos. 

A próxima Corrida das Vindimas no, dia 20 de Setembro, é o regresso à Arena D’Almeirim, depois da sua alternativa, em 29 de Maio de 2016. 

Como viveu todo este tempo em termos profissionais? 

Ser Toureiro requer muito tempo dedicado à profissão. Eu tenho vivido estes tempos com muita paixão essencialmente, eu sou um apaixonado pelo toureio e pela emoção que me faz estar diante de um toiro, é essa sensação de estar diante de um toiro bravo que me transmite liberdade e uma sensação inexplicável do que eu sinto à frente de um toiro enquanto estou a tourear. É esse sentimento que me faz lutar todos os dias para ser toureiro e para pôr o meu conceito tauromáquico em prática e é essa paixão que alimenta a minha atividade. 

Há muitos anos que o acompanho como toureiro. Esta temporada está a ser de triunfos. Dê-nos a sua versão da temporada.

Está a ser uma temporada com algumas adaptações bem conseguidas. Em Santarém, tive uma atuação boa e que me preencheu, senti o toiro entrar-me por baixo do braço e a consentir bem no momento da sorte, que é o que procuro mais e senti que as pessoas se emocionaram e assustaram em alguns ferros, e é isso que eu procuro. Em Alcochete fiquei feliz, depois também tenho tido outras, a semana passada, em Cuba, os cavalos tiveram um bom nível e venho a Almeirim com saudades, essencialmente, de tourear aqui. 

A paixão pelo Toureio a Cavalo vem de família ou aparece por necessidade?

Desde pequeno que tenho muita relação com os cavalos e sempre foi uma paixão grande minha, depois, quando acabei o 12º ano, decidi ser toureiro e apresentei-me no Campo Pequeno. Tenho sido essencialmente feliz porque faço o que gosto.

A Arena D’Almeirim sempre foi, noutros tempos, um ex-libris da Família Salgueiro (seu bisavô, seu avô, seu pai e agora o mais jovem Salgueiro). O que acha do Cartel da Corrida?

Acho que esta praça tem um grande significado para dinastia Salgueiro. Estou contente, passados oito anos, depois de ter tirado aqui a Alternativa, estou extremamente feliz e contente de me ver anunciado aqui em Almeirim, é uma praça que eu gosto de ter no meu calendário todos os anos e estou bastante feliz de voltar a tourear aqui em Almeirim. Quanto ao Cartel penso que está rematado por todo o lado, o Rui Salvador que é o ano da sua despedida e que está a fazer uma grande temporada, Marcos Tenório e o João Ribeiro Teles, Moura Jr., eu e a Mara Pimenta acho que é um Cartel que faz todo o sentido aqui em Almeirim e penso que esta Corrida das Vindimas vai estar cheia e com um enorme ambiente. 

Sabemos que toureia toiros de qualquer ganadaria. O que acha dos toiros da Ganadaria Manuel Veiga? 

A Ganadaria Manuel Veiga é uma ganadaria que eu gosto e que gosto de tourear. É uma ganadaria que os touros costumam ter mobilidade que têm raça e têm fundo, são esses toiros que eu disfruto a tourear, que entram pelos cavalos, que investem bem e vêm pelo seu caminho, tenho ilusão na corrida.  

Tem preferência por toiros de alguma ganadaria, em especial? 

Tenho preferência pelos bons e que transmitam ao público e que nos deixem executar o toureio puro e de verdade e os toiros que venham pelo seu caminho. Obviamente, os toiros que se adiantam às montadas complicam-nos muito a vida, esse é sempre o tipo de toiro que preferimos não tourear mas a vida de um toureiro é feita na praça e temos que tourear, todos os toiros têm a sua lide e nós temos de tourear o que nos calhar em sorte, temos de estar preparados para isso. Essa é a nossa vida, essa é a essência do toureio a cavalo, é tourear o toiro que temos por diante e darmos a lide adequada. 

Quais os cavalos da sua atual Quadra com que mais gosta de tourear?

Neste momento a Princesa, a égua é muito segura, tenho muita confiança nela e o Jic é um cavalo que é muito frio e que me está a deixar lidar os toiros com cercanias e está-lhes a entrar bem de frente e acho que executa bem o meu toureio.

Quer deixar alguma mensagem, em especial aos aficionados para o virem ver na noite de 20 de setembro, na Arena D’Almeirim? 

Em Almeirim sinto-me em casa, sempre que aqui toureei senti que tinha aqui os meus amigos, as pessoas conhecidas, os aficionados ao meu toureio e os meus seguidores, certamente, estarão presentes. Eu acho que vai ser uma grande noite e não percam esta corrida porque vai ser histórica.