João Ribeiro Telles – o Ginja da Torrinha

João Maria Ribeiro Da Cunha Ribeiro Telles, nasceu a 23 de junho de 1989, com dois anos e meio montou pela primeira vez e, com oito anos toureou a primeira vaca na Herdade da Torrinha, mítica Escola da Família Ribeiro Telles. Desde cedo, fez campanha em Espanha e, facilmente, chegou à alternativa na Praça de Toiros do Campo Pequeno no dia 4 de setembro de 2008. Praça esgotada na última vez em que seu Avô, Mestre David Ribeiro Telles, pisou a Praça para testemunhar a Alternativa concedida por seu pai, João Palha Ribeiro Telles. Toureou em Madrid, onde cortou uma orelha e, na mesma semana, encerrou-se com seis toiros, a 2  de junho de 2019, na sua terra, Coruche. Casou-se com Caetana Infante da Câmara em Setembro de 2015 e tem três filhos, duas raparigas e um rapaz, e continua a escrever a sua história…

A Corrida das Vindimas, no dia 20 de setembro, é o seu regresso à Arena D’Almeirim depois do apoteótico triunfo da Família Ribeiro Telles numa rente, também designada corrida das Vindimas, onde os 5 Cavaleiros foram extraordinários! Fale-nos sobre este acontecimento.

Para mim, tourear em Almeirim é uma praça especial porque tem havido aqui uns triunfos importantes, tanto antes das aulas como agora a seguir. A seguir, foi essa corrida da família, é uma corrida que esgotou e que as coisas me saíram naturalmente e francamente bem, tanto o toiro a sós como o toiro a duo e depois algumas corridas importantes como a Alternativa de João Salgueiro Da Costa, aquela noite para mim foi uma noite histórica do Ventura com os Graves em que as coisas me saíram francamente bem. É uma praça que gosto, um ambiente que gosto e também porque estamos um bocado ligados a Almeirim como é obvio, pela família e pela parte do nosso avô. 

Há muitos anos que o acompanho como toureiro. Esta temporada está a ser a melhor de todas em todos os aspetos, triunfos atrás de triunfos. Dê-nos a sua versão dos factos. 

É mesmo essa a ideia, é para isso que nos focamos que trabalhamos todos os dias e com essa ilusão que temos se não, não pensávamos todos os dias em melhorar, pelo menos, para mim, deixa de fazer sentido e deixo de ter aquela vontade de querer mais. Realmente, as coisas têm saído francamente bem este ano, falta agora aqui a última fase da temporada que é o mês de Setembro que é um mês bastante forte, depois, também, a feira de Vila Franca em Outubro, mas estou bastante contente com a temporada, têm havido uns triunfos importantes e espero que Almeirim seja mais um. 

Quais os cavalos da sua atual quadra, com que mais gosta de tourear? 

Graças a Deus, tenho uma quadra boa e um bocadinho larga, o que me dá aqui um bocadinho de opções de escolher de hoje tourearmos nuns e noutros mas, sem dúvida, que há aqueles cavalos que toureiam praticamente todos os dias que são os cavalos estrelas como é o caso do Gaiato do Ilusionista, este ano tem havido um cavalo bastante novo e tem dado que falar e é um cavalo que faz o toureio que eu sinto que é o Martini, um cavalo com o ferro Braga, um cavalo que transmite muito, depois há os dois do meu ferro que é o Glorioso e o Grande Duque o cavalo que é o Marfim também e depois alguns de saída que também são bastante importantes que é o caso do Ilustre e um cavalo novo também que é o Horácios. Felizmente, as coisas têm corrido bem, mas para destacar algum, acho que o Gaiato e o Ilusionista são dois cavalos-chave. 

A paixão pelo Toureio a Cavalo vem de família, ou aparece como pura naturalidade?

Para mim, foi completamente natural, mas obviamente que vem da família, meteram-me porque não tem outro nome a cavalo com dois anos e meio e, desde aí, nunca mais deixei de montar e nunca me vi a fazer outra coisa, obviamente, tive de estudar até conseguir, mas não me via a fazer outra coisa. Toureei a primeira vaca com sete anos, como disse, a primeira corrida foi com nove anos, logo aos onze anos já fiz uma mini temporada e, desde aí, toureei sempre bastante. Adoro o que faço e de ser da nossa cultura porque é das coisas boas, bonitas e diferentes que temos e está enraizada no nosso povo e, para mim, como disse, não me via a fazer outra coisa. 

A Arena d’Almeirim sempre foi um ex-libris da família Ribeiro Telles. O que acha do Cartel da Corrida? 

Sem dúvida, a Arena D’Almeirim, para nós, como lhe disse, para mim, pessoalmente, diz-me muito, não é uma praça onde eu toureio todos os anos de todo mas, felizmente, quando tenho vindo as coisas têm corrido francamente bem como é o caso dessa última, da família uma praça uma corrida em que estava esgotada a ganadaria Passanha as coisas correram francamente bem e venho com uma vontade grande de triunfo agora para a corrida de Setembro dia 20. O Cartel está bastante rematado, aniversário do Rui Salvador, a ganadaria Veiga uma ganadaria daqui da zona mais ao menos, estão os ingredientes todos para que seja mais uma casa esgotada mais uma casa cheia e este ambiente fantástico que se tem vivido na Arena d’Almeirim. 

Sabemos que toureia de qualquer ganadaria. O que acha dos toiros da Ganadaria Manuel Veiga? 

É uma ganadaria que gosto que, acima de tudo, é de gente aficionada que é o que interessa. Os filhos do Manuel Veiga também estão agora à frente e com bastante gosto e bastante afición e é uma ganadaria que tem proporcionado alguns triunfos, foram agora à Nazaré na lide a pé, eu a última vez que os toureei foi há pouco tempo também em Vila Franca numa corrida mista e espero que os toiros saiam bem como eles esperam também e espero que seja um êxito para eles. 

Tem preferência por toiros de alguma ganadaria em especial? 

Há sempre ganadarias que nos sentimos mais identificados, mas a minha preferência é um toiro que transmita e que chegue ao público da maneira que nós sentimos para o toureio que vamos dentro possa sair, por isso eu acho que ao fim e ao cabo, toda agente gosta do mesmo toiro, tanto o público como o toureiro podemos defender de coisas diferentes, mas o equilíbrio forte do toiro, é o toiro que transmite é toiro que venha pelo seu caminho que obedeça e que, acima de tudo, tenha classe e nobreza.

Fez no dia 4 de setembro, precisamente, 16 anos em que tomou a sua Alternativa. Fale-nos dos bons momentos e também dos menos bons.

Como é obvio, a minha carreira é de há muitos anos mas espero eu que seja ainda uma carreira curta, tenho muito a aprender, tenho muito a melhorar mas são 16 anos em que levo muito mais coisas boas que más, felizmente, e as coisas más a mim dão-me força para tentar que venham coisas melhores e tive alguns percalços, como é logico, algumas tardes menos felizes alguns cavalos morreram no momento chave, já passei por isso várias vezes mas, para mim, isso, acima de tudo, dá me força para trabalhar mais querermos mais para melhorar, por isso, estou bastante contente com esta curta carreira. A esta hora como me está a perguntar, nesse dia, estava completamente nervoso, a corrida já estava esgotada há um dia ou dois, um ambiente enorme, mas uma pressão como é natural de qualquer miúdo que vá tirar Alternativa mas coisas correram francamente bem saímos todos em ombros e a corrida foi um êxito e espero que venham muitos mais anos.   

Quer deixar aos aficionados alguma mensagem, em especial? 

A mensagem que, deixo é uma mensagem obvia, é uma mensagem para encher Almeirim no dia 20, para esgotar mesmo como tem sido várias vezes, em Almeirim, porque, sem dúvida, que as coisas estão bem montadas, as condições todas unidas e esperemos que os toiros saiam bem para que seja mais um êxito grande, por isso vamos encher Almeirim.