Os tempos são de exigência máxima e a mais antiga associação do concelho luta, diáriamente, para contrariar o afastamento dos jovens. Rui Cocharra, maestro da Banda Marcial de Almeirim, antecipa a participação na corrida de toiros de dia 20 setembro, na Arena d’Almeirim.
Em 2022, falava ao nosso jornal apenas oito meses depois de assumir o papel de maestro da Banda Marcial de Almeirim. Como tem corrido o seu trabalho?
Durante estes últimos três anos, o desenvolvimento musical tem progredido com o esforço dos músicos, os resultados têm vindo a melhorar, mas ainda há muito trabalho pela frente.
O trabalho tem incidido nos ensaios?
Sim, o trabalho tem incidido nos ensaios mas também no trabalho por naipes e individual.
A aposta na escola de música tem dado frutos?
Sim, tem dado alguns frutos, mas sentimo-nos um pouco tristes porque, quando o aluno está pronto para integrar a banda, assim, sem nada sabermos, desistem, não é por falta de empenho dos professores, mas esta situação não acontece só na nossa banda. Atualmente, os miúdos querem logo de imediato resultados musicais mas é preciso também trabalho individual por parte dos alunos.
É inevitável ter que recrutar fora?
Sim, porque temos défice em alguns naipes, como por exemplo, clarinetes.
Hoje em dia é muito difícil recrutar jovens. Esse é o maior problema?
É muito difícil porque existe um vasto leque de ofertas em outras áreas. Claro que é o maior problema, já fizemos várias apresentações para crianças com idade dos seis anos até aos 12 anos e, só tivemos uma criança interessada.
Hoje a histórica Banda Marcial de Almeirim está melhor que quando chegou?
Bom, a história da Banda Marcial de Almeirim faz-se com muito esforço e trabalho. No final do ano passado, participamos num encontro de bandas realizado pela banda dos bombeiros voluntários de Fanhões juntamente com a banda do Zambujal onde a nossa participação foi muito positiva.
Têm sido presença regular nas corridas na Arena d’Almeirim. O quão importante é tocar na terra?
Em relação a esta situação nós somos presença regular desde o ano passado e eu sou a favor da Banda Marcial de Almeirim ser presença regular nas corridas de touros na arena d’Almeirim.
Também é importante estar, por exemplo, nas festas da cidade?
É sempre importante estarmos presentes nas festas da cidade para a realização do concerto, porque eu sou a favor de a Banda Marcial de Almeirim participar nas festas das freguesias do concelho de Almeirim.
Tal como em 2022, pergunto-lhe se acredita no futuro da Banda?
A minha ambição é enorme, luto para fazer o melhor que sei e, tenho muita fé no futuro da Banda.
Que palavra deixa aos músicos mas também aos elementos menos visíveis, a direção?
Ora bem, as palavras que deixo aos meus músicos é simples. Com trabalho e dedicação nós alcançaremos os nossos objetivos e agradeço sempre o esforço e o excelente trabalho que temos feito. Quanto à direção, aquilo que peço é sempre o apoio total para a banda e para a escola de música e isso é muito importante para o nosso trabalho.
Banda Marcial de Almeirim
A Banda Marcial de Almeirim, associação sem fins lucrativos, fundada em 21 de Maio de 1931, constitui uma das poucas organizações do Concelho de Almeirim exclusivamente vocacionada para a prática de atividades de natureza cultural, traduzindo-se a importância da sua função no contributo para a difusão e a formação musical entre a população do Concelho o que lhe valeu o reconhecimento, em 1985, do estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública. Embora fundada em 1931, deve-se remontar o seu historial ao século XIX, então sob a designação de Banda Marcial Almeirinense, que registou como maior momento de glória a consagração como melhor banda do festival organizado em 1895 por ocasião do VII Centenário do Nascimento de Santo António de Lisboa.