Consórcio do ensaio de rega gota-a-gota na cultura do arroz organiza dia de campo

A parcela do Porto Senhorinho, na Azambuja, recebe no dia 19 de setembro, pelas 10h00, o Dia de Campo do ensaio de rega gota-a-gota na cultura do arroz, organizado pelo consórcio de empresas Magos SA, Rivulis, Lusosem, ADP Fertilizantes, Heliflex e Borrego Leonor & Irmão.

O ensaio decorre numa parcela de quatro hectares, propriedade do agricultor José Gaga, e está inserido numa rotação de culturas com milho, tomate, azevém e trevo.

O arroz foi instalado por sementeira enterrada e o delineamento do ensaio foi adaptado ao sistema de rega existente na parcela, aproveitando-se todo o sistema de bombagem e filtragem. A fita de rega utilizada é a T-Tape 508 de 16 mm, do fabricante Rivulis, instalada com 1 m de distância entre linhas de rega, espaçamento de 30 cm entre gotejadores e débito de 1L água/hora. A manga de rega é plana em PVC flexível, modelo Monoflaf L, do fabricante Heliflex.

“Nesta fase da cultura (emergência da panícula) o arroz apresenta ótimo desenvolvimento, a cultura está totalmente homogénea ao longo da parcela, está limpa de infestantes e há uma redução na utilização de água com o sistema de rega gota-a-gota”, afirma João Paulino do gabinete de projetos da Magos SA.

Este é o terceiro ano de ensaios de produção de arroz com rega gota-a-gota no Ribatejo e há já uma conclusão irrefutável: este sistema de rega viabiliza a cultura em terrenos agrícolas convencionais, sem alagamento nem nivelamento, fora das tradicionais zonas orizícolas.

“Este ano estamos a conseguir demonstrar, além do mais, que o arroz pode ser introduzido numa rotação com outras culturas anuais, seja em que ponto for da rotação, e em qualquer tipo de terreno. A rega gota-a-gota torna a produção de arroz muito mais versátil, com menor utilização de água, e melhora o controlo das infestantes”, explica Nuno Sanches, key account manager na Rivulis.

José Gaga produz várias centenas de hectares de tomate e milho no Ribatejo com rega gota-a-gota e já antevê, através deste ensaio, benefícios também para a cultura do arroz: “o controlo das infestantes no arroz com a rega gota-a-gota é muito mais fácil e eficaz, é uma grande vantagem nas terras infestadas com milhãs. Todo o herbicida aplicado atinge o alvo, porque as plantas não estão alagadas, e por isso consegui fazer apenas dois tratamentos ao invés dos três habituais”, afirma. “Vamos esperar para ver os resultados à colheita, mas à partida este sistema parece-me uma boa alternativa, e tem a vantagem de não precisarmos de nivelar o terreno a laser e fazer os canteiros”, acrescenta.

A variedade semeada é a Teti, um arroz carolino desenvolvido e comercializado pela Lusosem, que também assegurou o programa de controlo de infestantes com o herbicida da gama Rinskor Active, Agixa da Corteva.

Filipa Setas, responsável de desenvolvimento e marketing da empresa, destaca “o sólido compromisso da Lusosem com a sustentabilidade da cultura do arroz que exige uma permanente atualização da nossa equipa quanto à inovação em sementes, práticas culturais e tecnologias, como a rega, de modo a prestar o melhor aconselhamento aos orizicultores”.

A fertilização da cultura foi realizada através da fita de rega com o adubo líquido Nutrifluid IMPULSE POWER da gama mais tecnológica da ADP Fertilizantes. A inovadora tecnologia eON presente nos fertilizantes Nutrifluid Impulse, funciona como um impulsor energético, reduzindo a energia necessária para a absorção dos nutrientes; otimizando o balanço energético nas reações de biossíntese das proteínas e melhorando a capacidade das folhas em captar a energia solar.

“A grande mais-valia deste sistema de produção de arroz do ponto de vista da fertilização é podermos repartir os nutrientes de forma mais eficaz ao longo do ciclo da cultura, com menos perdas e menor impacto ambiental, porque há a flexibilidade de aplicação através da água de rega”, explica Inês França, gestora de culturas na ADP Fertilizantes.

A Heliflex, fabricante nacional de tubos, mangueiras e sistemas de rega, com 55 anos de experiência, destaca a importância de participar neste ensaio: “A Magos SA é um parceiro importante e estratégico para a nossa empresa e, face às alterações climáticas, é fundamental que encontremos em conjunto soluções para um uso mais eficiente da água, visando a sustentabilidade da agricultura”, afirma Sandro Marques, gestor de clientes da Heliflex.

Este ano, a área geográfica dos ensaios de rega gota-a-gota na cultura do arroz foi alargada à região do Mondego, em concreto no Polo de Inovação de Coimbra da CCDR Centro.

 «Neste campo nunca se fez arroz, é um campo experimental onde os técnicos testam culturas tão diferentes como o milho e o grão-de-bico», explica João Paulino, técnico do gabinete de projetos da Magos SA. 

A cultura foi instalada por sementeira enterrada e a irrigação do arroz, um carolino da variedade Caravela, é realizada através de fita de rega, com espaçamento de 20 cm entre gotejadores, débito de 1L/hora, e 75 cm de distância entre linhas de rega. Os parceiros deste ensaio são a Magos SA, a Rivulis, a Lusosem, a CCDR Centro e a Heliflex.