A Ecolezíria está a preparar o encerramento do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos da Raposa, vulgo aterro sanitário, e transformar o espaço num “monte verde”, não adiantando ainda uma data final de conclusão do projeto, confirmou a empresa através da redes sociais.
Segundo a empresa intermunicipal para o tratamento de resíduos sólidos, o projeto técnico de encerramento da célula do aterro já está em marcha. Atualmente, está a ser efetuada a modelação das bancadas, bem como, os arruamentos que garantem a circulação de veículos, utilizando resíduos que vão sendo tapados com terras de cobertura. Após esta fase, a empresa adianta que os resíduos vão ser revestidos a tela isolante e executada uma hidro sementeira.
O objetivo final do projeto é o de transformar a unidade num “monte verde”, onde continuará a exploração de biogás (energia que é introduzida na rede eléctrica) e o tratamento de lixiviados. O espaço terá percursos pedonais e rodoviários que permitem visitas pedagógicas e trabalhos de manutenção.
Cristina Casimiro, presidente da Junta de Freguesia da Raposa, manifestou insatisfação pela demora no encerramento do aterro e assinala que a informação divulgada pela empresa se encontra incompleta.
A autarca refere que a população da freguesia quer ser informada da “data efetiva de selagem e encerramento da célula do aterro”, assim como do “valor da cota máxima que se podia atingir e qual o valor atual”.
Cristina Casimiro estranha ainda que a empresa não tenha dado a conhecer qual “solução para todos os resíduos que se encontram nas instalações e que não são encaminhados para aterro” e ainda qual “o parecer da Agência Portuguesa do Ambiente e da ERSAR (entidade reguladora dos serviço de águas e resíduos) para a situação atual e futura deste aterro”.
Em 2023, Carlos Coutinho, presidente do Conselho de Administração da Ecolezíria, fez saber em declarações ao jornal “Notícias do Sorraia”, que o encerramento do aterro da Raposa é uma prioridade para a empresa, adiantando, na altura, que “é um processo que está a avançar com uma atuação importante”, para deixar de ser definitivamente um depósito de resíduos sólidos.
A Ecolezíria é a empresa responsável pela gestão, tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos produzidos em seis municípios: Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Coruche e Salvaterra de Magos. Estes municípios representam 122.662 habitantes (dados ERSAR 2019), uma área geográfica de 2.356 km2 e uma produção estimada de resíduos de 61.000 toneladas/ano. A gestão de resíduos é efectuada em várias infra-estruturas: Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos de Raposa, Estação de Transferência de Salvaterra de Magos, Estação de Transferência de Coruche e Ecocentro do Cartaxo.