Junta de Benfica do Ribatejo repõe nome de Dª Eugénia Manoel na toponímica da vila

A Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo alterou a placa toponímica na Rua Dª Eugénia Manoel, na manhã desta quinta-feira, dia 22 de agosto, a pedida da família da benemérita.

Há vários anos que a rua, que liga a Associação Cultural e Desportiva de Benfica do Ribatejo ao campo de futebol, tinha o nome ‘Drª Eugénia Manuel’, sendo que o nome desta figura importante da história da vila é ‘Eugénia Manoel’. Após o apelo da família, a Junta de Freguesia de Benfica do Ribatejo alterou a placa toponímica para o nome original.

A família marcou presença neste momento solene e agradeceu à freguesia a reposição do nome.

“Pareceu-me que o nome já aqui estava, mas que era de toda a justiça, escrever o nome da forma correcta. E daí que eu tenha sugerido à senhora presidente da Junta a alteração. Que no fundo é só passar um “u” para um “o”, nada mais do que isso”, assinala António Atalaya, sobrinho-bisneto de D. Eugénia Manoel. 

“Alertamos a junta de freguesia para a situação e foi resolvida. E de facto, acho que é importante essas coisas, de maneira que, uma vez mais, muito obrigado à Junta de Freguesia”, conclui o familiar.

Eugénia Manoel (Atalaya), a par com os pais e irmãos, foi uma benemérita de Benfica do Ribatejo, que cedeu hectares de terrenos, nomeadamente para o cemitério, campo da bola e toda a zona sul da vila. Eugénia Manoel era solteira e nunca teve filhos.

A benemérita fez parte do grupo das Damas Enfermeiras ao serviço da Cruz Vermelha Portuguesa, que na 1ª Guerra Mundial, deram apoio e ajudaram tropas do Corpo Expedicionário Português, entre 1917 e 1918, em França. Eugénia Manoel chegou à patente de Tenente, tendo participado no conflito como enfermeira e sido inclusivamente louvada a 27 de Maio de 1919, pelo exercito português.

A ligação da família a Benfica do Ribatejo tem origem ao séc. XVI, quando D. Fradique Manoel (sobrinho do Rei D. Manuel I), 2º Senhor de Salvaterra, permutou a Vila de Salvaterra de Magos com todos os bens, rendas e direitos, pelas Vilas de Atalaia, Tancos, Asseiceira, Alcaidaria-Mor de Marvão e Cazal de Santa Martha de Moncão no termo de Santarém (1542), designada simplesmente por Quinta de Santa Marta, em Benfica do Ribatejo.

A família permaneceu na vila, antes designada por Bemfica d’Almeirim, durante séculos. A Casa Atalaya foi a mais antiga e de maior dimensão do Ribatejo.