Não é por acharem que a freguesia está parada, a ideia é sim dar um contributo diferente e envolver os jovens. Beatriz Vicente é a presidente da Associação que estão a criar e a que dão o nome de “RapÓtacho”. Aqui estão jovens dos 16 aos 26 anos.
Como surgiu a ideia de criar esta associação?
A ideia já surgiu à algum tempo, mas começou a fazer-nos mais sentido no final da festa das Fazendas, do ano passado. Nesse dia, tanto eu, como alguns amigos, sentimos que fazia falta mais jovens envolvidos nos projetos e eventos da terra. A ideia ficou adormecida durante algum tempo e quando nos juntámos na fogueira de Natal, o assunto voltou a ser mencionado. Nesse dia, resolvemos ir mesmo para a frente com este projeto. Fui juntamente com a Beatriz Barata (a vice presidente da Associação) de imediato falar com o presidente da Junta de Fazendas de Almeirim, que rapidamente se predispôs a ajudar-nos a avançar com o projeto. E assim começou esta jornada…
Quais os primeiros eventos que vão organizar?
Neste momento, ainda não podemos divulgar os eventos que estamos a planear, no entanto, podemos anunciar que iremos participar num grande evento da nossa terra que irá ser divulgado brevemente, tanto pela organização, como nas nossas redes sociais. Podemos adiantar que, para além de planearmos a organização de festas direcionadas para jovens, vamos também organizar iniciativas de âmbito social. Sem divulgar muito, temos em mente a realização de workshops, torneios, etc…
Quantas pessoas fazem parte do grupo?
Até ao dia de hoje, somos 28 membros, mas ambicionamos que este número venha sempre a aumentar e aproveito para deixar um convite a todos os jovens que se queiram juntar.
Como chegaram a esta formação?
A formação partiu de forma espontânea, tanto eu, como a Beatriz Barata, fomos falando com amigos que temos em comum sobre a ideia e fomos criando uma estrutura. A nível de cargos foi uma escolha de cada pessoa, indicámos algumas pessoas que achávamos que teriam perfil para um certo cargo, mas demos liberdade para que cada elemento escolhesse o cargo que se sentia mais confortável e confiante. Para ter uma noção, membros com cargos são apenas 13 jovens e os restantes 15 são jovens que quiseram abraçar este projeto. Na verdade estou muito contente com este grupo e tenho muita confiança de que vamos fazer com que este projeto avance da melhor maneira e tenha muito sucesso.
Há pessoas muito diferentes?
Somos todos bastante diferentes, tanto a nível de idades, como de personalidades. O que nos une é o amor pela terra e a vontade de fazê-la crescer. A maioria das pessoas da associação participam ou já participaram em outra associação, como por exemplo, o rancho ou o futebol, e sentem que querem continuar a fazer parte do desenvolvimento da nossa vila. Neste caso, numa associação direcionada para os jovens, algo que sentimos que já faz falta há muito tempo.
O nome como surgiu?
O nome surgiu logo na segunda reunião, queríamos um nome engraçado e tínhamos uma lista com alguns. Alguém sugeriu Rapótacho, rimo-nos todos e fomos fazendo piadas com o nome. O que é certo é que o nome ficou na cabeça e já ninguém conseguiu pensar em outro nome depois desse. Temos uma piada interna com esse nome, que pode vir a ser algum dia desvendada.
Já reuniram com a Junta e Camara? Qual a recetividade?
Como já referi, a primeira pessoa com quem falámos foi com o presidente da Junta de Fazendas de Almeirim, João Apolinário, que prontamente se disponibilizou a ajudar-nos com tudo o que estava ao seu alcance. Desde já, deixo público, em nome de toda a Associação, o nosso obrigada ao presidente João. Com a Câmara ainda não reunimos, mas já trocámos alguns emails com a vereadora Ana Casebre, que foi sempre muito cordial connosco e sabemos que o presidente da Câmara, Pedro Ribeiro, também aprovou a nossa iniciativa. Muito obrigada a todos.
Vocês anunciam que trazem vontade de fazer coisas pela freguesia. Acham que tem estado parada?
Muito pelo contrário. A nossa freguesia nos últimos anos tem vindo a crescer bastante e a trazer iniciativas que puxem pela população. O que reparámos é que há escassez de atividades e diversão para a nossa faixa etária ou o que havia, por vezes, não era idealizado por uma população mais jovem, o que acaba por não ir de encontro com os gostos dos jovens. Queremos demonstrar que também é possível fazer iniciativas divertidas na nossa terra, que sejam do agrado dos jovens.
A freguesia mostra estar unida. Exemplo da fogueira, carnaval… Há espaço para mais uma?
A meu ver há sempre espaço para iniciativas que ajudem a terra e a população. Não estamos aqui para prejudicar, nem tirar o espaço a ninguém. Estamos prontos e recetivos para colaborar com as outras associações caso seja necessário e haja oportunidade. Como já referi, a nossa ideia ganhou pernas na fogueira de natal, logo temos um carinho especial por esse iniciativa. Também participamos no carnaval e iremos participar sempre que pudermos. Vários elementos participaram durante anos no rancho, no futebol, nos escuteiros, etc… Até agora temos recebido apoio de várias associações, ainda não referi, mas o FazCorus também foi uma associação que nos apoia em tudo e que nos tem ajudado bastante. Na verdade, somos um grupo que apoia muito a freguesia e que está sempre presente em muitas iniciativas, e esta associação vem apenas para somar mais valor à nossa amada freguesia.