Será que estamos a trilhar o caminho mais correto? Se por um lado, temos de melhorar nas atividades que desenvolvemos no planeta, não deixa de ser menos verdade de que, não vale tudo. Observar terrenos a serem “plantados” de painéis solares, como quem instala uma cultura, em terrenos agrícolas, é de pensar. A instalação de painéis está a tornar-se uma invasora nos terrenos agrícolas, a tal ponto que dou comigo a pensar se no futuro não iremos “comer” painéis!
Observa-se um pouco por todo o país, há instalação desta “cultura”, ocupando terrenos férteis, produtivos e, em muitos casos, com localizações e condições edafoclimáticas excelentes. Apesar disso, e com grande probabilidade, pela falta de reconhecimento, valorização e de capacidade para conservar as atividades agro-florestais, levam muitos a cederem a este “tipo de cultura”.
O reconhecimento da importância fulcral do setor, não só pelos governos, mas também pela sociedade, fará com que o País se una para se manter, evoluir e assegurar o futuro. Embora muitos tenham dito que o setor não cuida da natureza, muito devido à pressão da necessidade de produzir mais e com menos área, não olhando a custos de produção, mas exigindo constantemente valores cada vez mais baixos, faz do setor uma peça no equilíbrio dos ecossistemas. A realidade é que é este setor que mais contribui para dispersão, e ao mesmo tempo, para a coesão do territorial.
Todas as pessoas, de todas as profissões e classes sociais, têm uma coisa em comum, necessitam de alimentos para viver, e para isso, é do Agricultor que precisam, nem que seja uma vez por dia. Não parece que painéis solares possam substituir os alimentos, mas podem, numa simbiose equilibrada, auxiliar o Agricultor nesta demanda diária.
João Vinagre – CDS Almeirim