Um país (muito) melhor

Para contradizer o discurso populista e demagógico, que está em voga nalgumas franjas políticas, do “antes era melhor”, refiro alguns dos muitos indicadores comparativos que o desmentem inequivocamente.

O aumento da esperança média de vida passou dos 67 anos em 1970 para os 80 anos atualmente (homens 78 anos e mulheres 83,5 anos).

Quanto ao número de profissionais de saúde por cada 100.000 habitantes, em 1975 havia 122 médicos e 205 enfermeiros. Em 2022 passaram para 578 médicos e 783 enfermeiros.

Relevante, é o facto de Portugal estar hoje entre os melhores países a nível mundial quanto à mortalidade infantil. Em 2022, registaram-se 2,6 mortes por cada mil nados vivos. As mortes de crianças com menos de um ano caíram 95% em 60 anos. Em 1970 morriam 58 crianças por cada mil nascidas vivas. 

Mesmo na habitação, um dos mais graves problemas do nosso tempo, em 1970 havia em Portugal 2.700.000 habitações e em 2021 já eram 5.900.000. Se ainda hoje persistem no país cerca de 4.000 habitações precárias (barracas e outros), em 1970 elas ultrapassavam as 31.000. 

Antes de 1974, aproximadamente, 53% da população não tinha água canalizada em casa, 36% não tinha eletricidade e 40% não tinha esgotos. Hoje, praticamente 100% do edificado tem essas instalações.

Na educação, em 1974 só 18% dos alunos chegava ao terceiro ciclo e 5% concluíam o ensino secundário.  Hoje 94% da população tem o primeiro ciclo e 88% conclui o ensino secundário.

Há 50 anos só 1% da população chegava ao ensino superior. Estavam matriculados em 1974 no ensino superior 58.000 alunos. Em 2023 chegaram aos 446.000.

Festejaram-se 50 anos de um país (muito) melhor que, embora tenha ainda muito por fazer quanto às desigualdades sociais, só tem de se orgulhar da sua Democracia e lutar constantemente pela sua melhoria.

Gustavo Costa – PS Almeirim