Estou a escrever este artigo no dia (26.03.2024) em que arrancam os trabalhos do Parlamento da XVI Legislatura, no qual tomaram posse os 230 deputados que compõem a Assembleia da República Portuguesa. É com alguma tristeza que verifico que, deste Parlamento, só fazem parte 76 mulheres, correspondendo a 33% dos eleitos, sendo estes os piores números em termos de igualdade de género desde 2015.
Felizmente, o Partido Socialista tem vindo a dar continuidade a uma participação cada vez mais paritária na sua ação política, tendo sido eleitas 30 mulheres num total dos 77 deputados, o que se traduz em 39% dos eleitos e a maior representação de mulheres no atual Parlamento.
O facto de existirem menos mulheres envolvidas na política, tanto nacional, como local, devia ser entendido como sinal de alerta, porque se continua a acontecer, não é por “falta de vocação”, como muitos ainda afirmam, mas sim, pelo simples facto de continuar a ser muito mais difícil para as mulheres se afirmarem, apesar da competência, da aptidão e da capacidade de trabalho que são indispensáveis para desempenhar funções públicas de alta responsabilidade, não se adquirirem à nascença em função do género!
Só como última nota, não estou só a falar de igualdade de género, mas também de saúde democrática, isto porque, de uma forma geral todos os órgãos eleitos pelo povo deveriam ser uma representação o mais fiel possível da população que neles votou, certo? Então o que se passa quando as mulheres, que são mais de metade dos cidadãos eleitores, mas não vão além de um terço das eleitas? Será por isso que, inconscientemente, se distanciem cada vez mais da política?
Teresa Aranha – PS Almeirim