A quarta etapa da primeira edição do bp Ultimate Rally Raid Portugal vai contar com uma passagem no concelho de Almeirim, mais propriamente, na freguesia da Raposa, na sexta-feira, dia 5 de abril, onde os espectadores podem assistir à passagem das máquinas que integram esta prova mundial.
A zona da bomba de combustível da Raposa será o ponto de passagem, em velocidade reduzida, das viaturas que integram a terceira prova do calendário do Campeonato do Mundo de Rally-Raid. Uma espécie de versão europeia do Dakar, mas com a paisagem mediterrânica a substituir as infindáveis dunas da Arábia Saudita. O horário previsto de passagem é 8h15 para motos e 11h00 para autos.
Os concorrentes chegam pelo lado da localidade do Granho, entrando na Raposa pelo Campo da Bola, passam pela freguesia e continuam pelo estradrão até ao Arneiro da Volta. A partir daí, seguem em direção a Ulme, concelho da Chamusca.
Até domingo, dia 7 de abril, nomes como Carlos Sainz (vencedor do Dakar), Sébastien Loeb e Nasser Al-Attiyah, nos automóveis, e Adrien Van Beveren ou Pablo Quintanilla, nas motos, prometem um enorme espetáculo, nas pistas de areia e de terra do Alentejo, Ribatejo e Estremadura espanhola.
A prova tem um percurso total superior a 1800 quilómetros, dos quais mais de 1000 são cronometrados. Um excelente espetáculo em perspetiva, com passagem marcada pelos concelhos de Grândola, Santiago do Cacém, Abrantes, Alcácer do Sal, Almeirim, Chamusca, Coruche, Mação, Ponte de Sor, Salvaterra de Magos, Sines e Badajoz.
Sainz defende liderança
A participação de Carlos Sainz, ao volante do novo MINI JCW Team da X-Raid, acrescenta ainda mais interesse à luta pelo título do W2RC, que vai intensificar-se no bp Ultimate Rally-Raid Portugal. O histórico triunfo do espanhol com a Audi no último Dakar deu-lhe o comando do Mundial, mesmo sem ter participado no Abu Dhabi Desert Challenge, onde Nasser Al-Attiyah e o Prodrive Hunter T1+ se superiorizaram à concorrência. Apenas nove pontos separam os dois primeiros classificados antes da ronda portuguesa, um terreno que até é familiar a ambos, apesar do caráter inédito da prova do Automóvel Club de Portugal.
Mas Sainz e Al-Attiyah não estão sozinhos na luta pelo título. Cinco dos seis lugares seguintes na tabela do W2RC são ocupados por pilotos da Toyota, divididos entre a Toyota Gazoo Racing e a Overdrive Racing. Guerlain Chicherit, que, em Portugal, volta a fazer equipa com o navegador Mathieu Baumel, é o terceiro classificado do Mundial, a 12 pontos de Sainz e logo na frente de Guillaume De Mévius, que brilhou no último Dakar, com o segundo lugar.
As Hilux T1+ de Yazeed Al-Rajhi, Lucas Moraes, Seth Quintero e Juan Cruz Yacopini também são candidatas aos primeiros lugares, havendo expectativa para ver o que poderão fazer Tiago Reis e João Ramos, os dois primeiros classificados do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno, com máquinas semelhantes.
João Ferreira entre os favoritos
Adição-surpresa à ‘rainha’ categoria Ultimate, o jovem João Ferreira é outro forte candidato à vitória, depois de ter abdicado da categoria SSV para antecipar o regresso ao MINI da X-Raid, semelhante ao que usou para conquistar a segunda vitória na Baja Portalegre 500, em 2023.
Também entre os Ultimate, destaque para os irmãos brasileiros Cristian e Marcos Baumgart, com os Hunter da Prodrive, para o sul-africano Saood Variawa, aposta da Toyota Gazoo Racing South Africa, e para Denis Krotov, noutra Toyota Hilux T1+.
Como é habitual, a categoria Challenger também poderá colocar alguns dos melhores protótipos ex-T3 em posições de destaque, num Mundial que é liderado pelo jovem lituano Rokas Baciuska (Can-Am). O norte-americano Austin Jones (Can-Am) venceu em Abu Dhabi e está logo atrás, mas há uma oposição de luxo aos melhores representantes da Can-Am. Do lado da Taurus, marca que venceu o Dakar, surgem Cristina Gutierrez – apenas a segunda mulher a vencer o Dakar – e o pluricampeão do Mundo de Ralis, Sébastien Loeb, embora nenhum deles pontue para o W2RC.
Nos SSV da antiga categoria T4, o campeonato é liderado pelo saudita Yasir Seaidan (Can-Am), na frente do equatoriano Sebastian Guayasamin (Can-Am).
Vários candidatos nas motos
A prova das motos do BP Ultimate Rally-Raid Portugal conta com a participação das equipas de fábrica da Honda, Hero e Sherco, cujas estrelas se juntam aos melhores pilotos portugueses para uma competição que promete espetáculo.
Liderada por Ruben Faria, a Monster Energy Honda tem nas suas fileiras vários candidatos à vitória, apesar da ausência de Ricky Brabec, que tem a sua continuidade na equipa em dúvida. O espanhol Tosha Schairena, normalmente muito rápido neste tipo de provas, o francês Adrien Van Beveren, que subiu ao pódio no último Dakar (3.º lugar), e o ex-campeão mundial de Ralis Cross-Country, Pablo Quintanilla, formam um trio de ‘pontas de lança’ da Honda, que conta, ainda, com o norte-americano Skyler Howes.
Apesar do poderio da equipa da HRC, é a Hero Motorsport que chega a Portugal na liderança do Mundial de Rally-Raid, tanto nos pilotos como nos construtores. Ross Branch, piloto do Botswana, ficou perto de ganhar o Dakar (2.º lugar) e passou para a frente do Mundial no Abu Dhabi Desert Challenge, surgindo naturalmente motivado na prova do ACP.
O luso-alemão Sebastian Bühler é outra aposta da marca indiana na classe-rainha, RallyGP, podendo aproveitar o seu conhecimento do terreno para entrar na luta pelos primeiros lugares.
A equipa oficial da Sherco traz até Portugal o espanhol Lorenzo Santolino e o indiano Harith Noah, mais dois nomes a ter em conta.
E, apesar da qualidade do pelotão, pilotos como António Maio (Yamaha), Bruno Santos (Husqvarna) ou Martim Ventura (KTM) vão tentar usar o ‘fator casa’ para surpreender a elite mundial dos Rally-Raids.
Já nos quads, o argentino Manuel Andujar (Yamaha) vai defender a liderança do Mundial perante uma dezena de adversários.