Desde finais de 1982, os nossos técnicos tem vindo a liderar a tecnologia avançada na aplicação de produtos epoxy. Construída com a experiência e dos conhecimentos acumulados dos seus peritos, esta empresa oferece agora uma extensa gama de avançados produtos e sistemas. O Jornal O ALMEIRINENSE foi conversar com Vítor Raposo sobres estes 40 anos e os desafios do futuro.
Estamos a assinalar 41 anos de atividade. Há um ano dizia que em 2022 tinha sido atípico, devido aos aumentos e a falta de matérias primas. Como é que foi 2023?
O ano de 2023 tem sido a recuperação. Ao fim ao cabo, tem sido bastante melhor que 2022, porque já se compra matérias primas com preços já aceitáveis.
Esta é uma atividade que oscila ao longo do ano? De agosto até dezembro,há mais trabalho?!
Sim, o mês de Agosto é sempre um mês forte, com muitas obras, que as fábricas fecham e dezembro também é igual. São os meses de verão, junho, julho e agosto, mas agosto é o topo. Depois baixa um pouquinho a seguir a agosto e depois tem dezembro novamente que as fábricas fecham no final do ano e no natal. Claro que nós não trabalhamos no natal e no ano novo, mas temos de fazer um bocadinho mais de esforço também nesta altura.
Muitos dos vossos clientes são da indústria alimentar, é isso que justifica?
Continua a ser. Inicialmente nascemos com a necessidade da indústria alimentar de pavimentos impermeáveis e com essas características da resistência, sem juntas e antiderrapantes. Hoje em dia, estes produtos já se aplicam em todo tipo de indústrias, química, farmacêutica, na construção, na habitação e no comércio porque os nossos pavimentos têm boas características estéticas e de grande resistência química e abrasiva.
Foi sempre a procura incessante de ter mais serviços para a empresa que o fez nunca parar?
Foi,da empresa crescer e ter mais pessoas e de poder satisfazer os clientes em tudo aquilo que eles nos pedem, todas essas exigências fazem-nos procurar no estrangeiro novos materiais e tecnologias para conseguir responder.
Para si, isto nem é um trabalho? Essa energia que o faz todos os dias levantar e vir com um sorriso nos lábios para a empresa.
Não, isto é mais um divertimento, também me dá muito gozo fazer isto desde o ínicio. Agora compramos poucas máquinas, mas no início quando comprávamos, e elas chegavam e eu não estava aqui, o Tiago nem mexia em nada porque sabia que eu queria abrir os presentes, e se eram autênticos presentes! As máquinas, eu gostava de abrir tudo, tirar as caixas e montar, para mim era um prazer, não é? Temos o negócio dividido pela parte da aplicação, das obras no exterior, temos a parte da hotelaria, fabricamos equipamento inox para a hotelaria e temos também assistências a hotelaria, de maquinaria e de ar condicionado também. O grosso do negócio são os revestimentos, são as obras no exterior e também comercializamos uma quantidade destes produtos para pequenos aplicadores que nos compram, também temos a área de comércio.
Estamos a falar com clientes do norte, do sul do país, do litoral ou do interior? E obras no estrangeiro, já fizeram alguma?
De todo o país, a nível de comercialização dos produtos. No estrangeiro, temos obras realizadas em África (Angola e Moçambique), Europa (Espanha, França e Suíça) e América do Sul (Brasil), com algumas previsões futuras para o mercado da Alemanha.Tivemos uma empresa no Brasil durante alguns anos, não era uma delegação, era uma empresa independente, que funcionou durante uns anos.
O que é que vos diferencia da concorrência?
Nós temos vindo, durante estes anos todos, sempre à frente. Basicamente, a maior parte dos produtos e sistemas que se usam cá em Portugal, fomos nós que introduzimos. A nível de sistemas de quartzo colorido, resinas epoxy, resinas de cura rápida, metacrilato e poliuretanos de cimento, são produtos com características de grande resistência, cada vez mais usados na indústria.
Vai para este negócio por influência do pai, não é?
Sim, basicamente. Tinha 18 anos quando o meu pai me meteu nas obras. Tinha 15 homens numa obra em trás-os-montes e reuniu-os todos e disse para eles “ Apresento-vos o meu filho, está aqui para trabalhar convosco, a partir de agora ele é que manda, tudo aquilo que ele disser, é lei.” Fiquei um pouco assustado, mas aquilo foi uma carga grande que ele me meteu em cima, a responsabilidade que me fez crescer bastante. Sofri bem, mas cresci.
Faz questão de ter quando está sentado, assim do lado, na secretária, uma fotografia do seu pai porquê?
É porque foi a pessoa mais importante da minha vida. Foram o meu pai e a minha mãe que ainda é viva, felizmente, mas com o meu pai aprendi muito as bases de tudo, foi ele que me as deu.
Depois do serviço militar iníciou uma vida profissional numa garagem?
Sim, desde 1982 na garagem da casa da minha mãe e por volta dos anos 90 passamos para as primeiras instalações na zona industrial de Almeirim. Durante todos estes anos, temos vindo a crescer a nível de negócios e dimensão das nossas instalações.
Na sua vida de empresário há 41 anos já terá vivido aqui muitos ciclos de crises, agora estão em que situação? Estamos a recuperar de uma crise de covid, de uma guerra que inicialmente se juntou outra, enquanto empresário tem algum receio do futuro próximo ou está otimista ?
Eu sou otimista desde criança mas acho que as políticas têm que mudar. Eu, pessoalmente, defendo que o estado deve ter o mínimo de peso possível na sociedade. Acredito que, se, o peso do estado for menor na economia, não irá cobrar tantos impostos às empresas e aos funcionários, o que na prática faz com que as empresas tenham mais dinheiro disponível para pagar melhor aos trabalhadores, evitando a necessidade de recorrer tanto aos bancos. Este dinheiro irá girar na sociedade, melhorando a vida das pessoas, das empresas e do país.
Estamos dependentes de tudo ou de muita coisa do estado é isso?
Estamos dependentes, acho que o estado gasta muito e mal.
E como é que se poderá resolver esse problema?
Com políticas mais liberais e que se consiga encurtar os gastos do estado.
Estamos ainda no início de 2024. Quais os desejos para este ano?
No final do ano passado soubemos que Portugal tinha mais que dez mil sem abrigos e isso é muito triste. Portugal chegar a um ponto destes e os sem abrigos, a maior parte deles trabalham, e não têm condições de ter/alugar uma casa.