A lista já é oficial e José Miguel Rodrigues está no 242.º do ranking europeu para o escalão de sub-16 de ténis. José Miguel Rodrigues venceu um torneio na Arménia na vertente de singulares e pares. Com este resultado, o tenista almeirinense garantiu uma presença entre os melhores 250 tenistas da Europa para o escalão de sub-16. Os 400 melhores tenistas da Europa, neste escalão, ficam também com estatuto de alta competição.
José, este torneio na Arménia correu acima das expetativas?
Correu muito bem porque era um objetivo importante para mim e ter concretizado esse objetivo, e o facto de ter sido tão longe de casa ainda por cima, foi perfeito.
Mas o torneio até nem começa bem!?
Houve uma primeira ronda muito difícil, entrei a perder 6-0 e estive a perder 3-1, estava mesmo muito nervoso, as pancadas não me entravam dentro do campo, não conseguia jogar… Parecia que não jogava há imenso tempo mas lá consegui dar a volta. Fui também recuperando mentalmente, que era o que estava pior e consegui ganhar.
Foi o peso da responsabilidade?
Foi esse nervosismo e essa pressão, sobretudo por realmente ter ido para tão longe e poder arrumar as raquetes logo no primeiro jogo… Mas, felizmente, não aconteceu e consegui dar a volta, o que foi bom.
As vertentes física e técnica serão muito importantes, mas no ténis a questão mental também é decisiva?
É, muito decisiva. Ele deu ali um pouco a entender que não queria ganhar tanto e uma pessoa aproveitou logo.
Esta foi a vitória mais importante?
Eu acho que a mais importante foi a final mas esta deu um boost de confiança grande porque, depois de estar a levar 6-0 e 3-1 e ter recuperado o jogo, uma pessoa quase que pensa que não consegue perder e foi assim o resto do torneio, e foi muito bom.
E para si o quão importante é esta vitória?
Claro que é muito bom, eu ia com esse objetivo para lá, sobretudo por causa do tal estatuto e concretizar esse objetivo era o mais importante e foi feito, portanto, estou muito feliz.
O estatuto de alta competição era algo para o qual trabalhava já há algum tempo?
Sim, porque é uma grande mais valia, sobretudo a níveis escolares. Era muito importante e foi concretizado.
Para este ano há ainda mais alguma meta a tentar alcançar para além desta que é já tão grande e desta dimensão?
Agora, de torneios, vamos ter o Master em dezembro/janeiro e que são os oito melhores tenistas internacionais de cada escalão. Acho que é a meta principal. Agora é fazer um bom resultado nesse torneio.
Deixe-me levar a conversa agora um bocadinho para o lado mais pessoal…
Começa a praticar ténis quase logo a seguir a aprender a andar…
Quase, o meu pai, como disse, é treinador e isso também levou-me a entrar na modalidade muito cedo, pois ele ia treinar várias pessoas e eu entrava nos campos e ficava lá, nem que fosse sentado a olhar. Às vezes pegava na bola e ia bater contra uma parede ou algo do género.
Ainda assim houve ali um período onde conciliava com o futebol.
Sim, joguei futebol, também entrei no futebol muito cedo, aos cinco, seis anos também já jogava futebol, era guarda-redes e estive até aos 12 anos. Mas, nessa altura, tive de decidir e o ténis, claramente, foi a escolha mais acertada, e foi mais ou menos o que queria.
Já falámos nisso, no treinador que é pai, é fácil essa dupla tarefa?
Tem bons momentos, mas também tem maus momentos. Claro que o objetivo principal é não estragar a amizade pai e filho mas temos conseguido, temos lidado bem com isso. Acho que, quando era mais novo, era mais difícil porque levava mais na cabeça, agora também cresci um bocado e acho que tem sido muito mais fácil.
A mãe é o barómetro ou lá em casa há a regra de não se falar no Ténis?
Com ela tentamos falar menos de ténis, mas leva com muito ténis em cima o que é normal. Nós os dois estamos sempre a falar de ténis, portanto tem de ser.
Quem é que é o seu ídolo no Ténis?
Claramente, Roger Federer, que já não joga, mas é meu ídolo completamente. Acho que alterou a forma de jogar de uma maneira impressionante e a classe e o profissionalismo é, sem dúvida, um exemplo a seguir.