Existe uma viagem interior,
Que sacia e afugenta a dor,
Que migra continuamente,
Nas veias de toda a gente.
Que destila suavemente,
Que sagra inevitavelmente,
E que faz meditar,
Quando a consciência pesar.
Que abranda na dificuldade,
Recorrendo à vaidade,
E à ganância também,
De quem consciência tem.
Sabedoria ou ousadia,
Naquilo que provoca agonia
E muito mau estar,
Quando a consciência falhar.
Recorremos aos ensinamentos,
Gravados no consciente,
Que são eternos e sem ficção
Que demonstram a nossa conduta,
E na maioria absoluta,
A nossa educação.
Somos presentes e ausentes,
Com atos pertinentes,
Que falam por nós,
Sem precisarmos dar uso à nossa voz.
Conscientes do que somos,
Daquilo que valemos,
Abusamos da sorte,
Quando os outros ofendemos.
Quando somos ofendidos,
Molestados e desvalorizados,
Ridicularizado o nosso intimo,
Sentimo-nos humilhados.
Na consciência o perdão,
E a falha de não perdoar,
Cavamos a sepultura,
Onde se vamos deitar.
Sem transtornar ninguém,
Nem querer a aflição,
Vivemos em paz,
Com o coração na mão.
Lançamos palavras duras
Ou macias da dureza,
Que levita assustada,
Numa consciência presa.
Somos autores de crimes,
Que nos dão satisfação,
Semeando tão pouca nobreza,
Em atitudes de podridão.
Nas acções irreflectidas,
Num impulso de chegar,
Perdemos o controle,
Da consciência a reclamar.
Produto ou suporte,
Não chegamos a entender,
O que leva um,
A fazer o outro sofrer.
Num ambiente enigmático,
Que a vida proporciona,
O arbítrio das nossas escolhas,
É o que mais nos assombra.
Sensibilidade e postura,
Respeito e humanidade,
É uma consciência ferida,
Que sagra em sociedade.
O deixa andar,
Quem vier se desenrasque,
Com o mal dos outros estou bem,
É a pobre consciência de alguém.
Quem o faz não se acusa,
Nem remorso de o fazer,
Lamentável conduta,
De uma consciência a morrer.
Somos conscientes,
Mas enfermos de acções,
De que vale a consciência,
Que só gera confusões.
Convitos ou não,
Da presente realidade,
O que nos favorece e alteia
É saber viver em comunidade.
Quem não sabe o que é a consciência,
Acabei de a explicar,
É algo que nos permite,
Na almofada repousar.
Quando se deitamos à noite,
Com o dever de missão cumprida,
A nossa consciência se alinha,
Com o propósito da nossa vida.
Somos tudo,
Somos nada,
E até podemos ser todos ou ninguém,
Dependendo da consciência,
Que cada um tem.
Consciência, consciência,
Que mais poderei dizer,
És o fi ltro das reacções,
Que cada um pode ter.
Elações que se tiram,
Sem mesmo averiguar,
A nossa consciência,
Pode tanto penar!
Sandra Fé Fernandes