A Mercadona, empresa de supermercados, aumentou as suas vendas consolidadas em superfície constante em 11% em 2022, para os 31.041 milhões de euros. Deste total, 30.304 milhões correspondem à faturação da empresa em Espanha e os restantes 737 milhões de euros são relativos à faturação em Portugal, onde conta já com 39 lojas.
Ao longo destes doze meses, a empresa criou mais de 3.000 novos postos de trabalho estáveis e de qualidade, 1.000 dos quais em Portugal, o que lhe permitiu fechar o ano com uma equipa de 99.000 pessoas, todas com contrato efetivo. Além disso, e para garantir o seu poder aquisitivo, no âmbito do Modelo de Qualidade Total, melhorou tanto o salário base como
os complementos existentes de toda a equipa, o que resultou num aumento salarial em linha com o IPC de cada país, concretamente 5,7% em Espanha e 9,6% em Portugal – país onde, além disso, o salário de entrada na empresa também aumentou 11%.
Uma das rentabilidades mais baixas da sua história
Em 2022, a empresa trabalhou, em conjunto com os fornecedores com os quais colabora, para se adaptar ao complexo contexto derivado do aumento dos preços da energia e também das matérias-primas, com o consequente impacto no preço de custo dos produtos na origem.
Para minimizar o impacto desta inflação nos preços de venda ao público, a empresa implementou inúmeras medidas para reduzir custos e multiplicar a eficiência, o que lhe permitiu melhorar a produtividade em 7% face a 2021, melhorando, uma vez mais, a gestão da empresa. Exemplos disso são o desenvolvimento do DPP, uma ferramenta que representou um
investimento de 5 milhões de euros, e que permite saber exatamente os custos inerentes a cada produto, em cada um dos seus processos, bem como a sua rentabilidade; ou a consolidação do Modelo de Organização de Lojas para, de forma científica, alocar a cada etapa de venda ou secção as pessoas necessárias para cada tarefa, o que implica melhorias
importantes para o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos colaboradores de loja.
Graças a tudo isto, e especialmente ao esforço mental dos 99.000 colaboradores e 3.000 fornecedores da empresa, a Mercadona conseguiu oferecer aos seus clientes um sortido eficaz e de qualidade efetiva, como comprova o facto de o aumento médio do seu PVP ter sido de aproximadamente 10% em 2022. De facto, graças a este esforço partilhado para travar o impacto dos preços de custo na cesta de compras dos 5,7 milhões de famílias que depositam a sua confiança na Mercadona, a empresa, através da eficiência de custos e produtividade, conseguiu poupar mais de 375 milhões de euros no seu conjunto. Tudo isto resultou numa redução da margem em 0,6 pontos, o que faz com que a rentabilidade da empresa seja uma das mais baixas da sua história, 0,025€, comparativamente com os 0,027€ de 2021.
Mercadona duplica o investimento em Portugal em 2023
Com a abertura de mais dez lojas em 2022, alcançando as 39 no país, a Mercadona atingiu um volume de vendas de 737 milhões de euros e contribuiu com 93 milhões de euros em impostos através da empresa Irmãdona Supermercados, com sede em Vila Nova de Gaia.
Finalizou ainda o ano com uma equipa de 3.500 colaboradores e um investimento de 140 milhões de euros no país. Ao longo do ano, a Mercadona doou 1.900 toneladas de bens essenciais a mais de 70 entidades de cariz social nos distritos onde está presente.
Para continuar a impulsionar o seu plano de expansão em Portugal, a empresa prevê investir ao longo deste ano 280 milhões de euros, que se destinam à abertura de novas lojas e à construção do futuro Bloco Logístico de Almeirim.
Contribuição tributária histórica através dos pagamentos realizados às Administrações Públicas, mais 12%
As contribuições fiscais da Mercadona em Portugal e em Espanha foram históricas: 2.263 milhões de euros, mais 12% do que em 2021. Ao analisar detalhadamente esta contribuição, destaca-se o IVA, que cresceu para 418 milhões de euros, mais 26%; ou o IRS dos colaboradores, correspondente a 443 milhões de euros, mais 12%.
Além disso, a empresa aumentou a sua contribuição direta em 13%, para os 390 milhões de euros; e pagou um total de 240 milhões de euros Imposto de Sociedades e IRC, mais 22%. Da mesma forma, pioneira na sua política de partilha dos lucros gerados com os colaboradores, distribuiu um total de 405 milhões de euros com toda a sua equipa, mais 8% do que no ano anterior.
O lucro líquido do grupo situou-se em 718 milhões de euros. Este valor representa um aumento de 5%, praticamente metade do aumento registado pelas vendas (+11%), validando o esforço feito pela empresa para conter a inflação através da otimização e redução das margens e da rentabilidade.