É possível amar na terceira idade? É possível manter acesa a chama do companheirismo? Quem nunca se fez esta pergunta. O Jornal O Almeirinense foi ao Lar de São José da Misericórdia de Almeirim saber como se vive o Dia dos Namorados.
Helena Duarte, Diretora Geral, explicou que mais que “no Dia dos Namorados, comemoramos o Dia da Amizade, num Lar com 90 idosos é possível comemorar o Dia da Amizade, é possível ver florescer laços entre utentes, que dia a dia se tornam grandes companheiros nesta caminhada de passagem por um Lar de Idosos”.
Neste Lar, o Jornal O Almeirinense encontrou casais que partilham a caminhada da Institucionalização juntos, estes vivem para além da Amizade, o Dia dos Namorados.
Apresentamos as histórias de Maria Emília e Joaquim Pisco (na foto), e, Leonor e José Santos. Histórias igualmente emotivas, ambas, com mais de 60 anos de uma caminhada conjunta.
A história de amor de Maria Emília e Joaquim Pisco começou bem mas naquela altura, havia um entrave, os pais. Começaram por namorar, aos domingos, à janela, com a autorização do pai da namorada, agora esposa. Joaquim até ao dia do casamento, só entrou duas vezes na casa da namorada, uma vez para pedir a namorada em casamento e a segunda vez, foi na véspera do casamento.
Casaram, tiveram um filho, foram e são muito felizes e companheiros. Maria Emília foi a primeira a ser integrada no Lar e rapidamente, as saudades venceram, e Joaquim veio atrás da sua cara metade. Hoje em dia, estão juntos no Lar de São José, ambos ativos e garantem que “vão viver o seu amor até ao último dia da vida de cada um”.
Leonor e José Santos um casal de sorriso fácil que namorou durante nove anos. Casaram em 1967. Tiveram uma filha e ao longo destes anos referem que “nunca houve uma falta de respeito entre os dois, sempre foram muito companheiros, um do outro e nunca lhes faltou o mais essencial, o amor.” Também, neste casal, primeiro foi a senhora a ser integrada, e mais uma vez, o amor e a saudade falou mais alto, e o marido logo veio ao encontro da sua companheira.
Helena Duarte sublinha que “ambos os casais são muito companheiros e o segredo do amor que os une, é o respeito, a paciência e a resiliência.”