O presidente da Câmara Municipal de Almeirim, Pedro Ribeiro, fez um balanço positivo do projeto “Pais de desportistas são pais responsáveis”, concebido em 2018 pela câmara em parceria com clubes, associações e federações de várias modalidades.
“Quando iniciámos este projeto, alguns disseram que não iria dar resultado. Mas resultou. Houve criticas a referir que agora não se podia chamar nomes. A verdade é que as últimas semanas têm-nos dado razão”, disse Pedro Ribeiro numa nota nas redes sociais.
Este projeto prevê a criação de multas a todos aqueles que utilizem uma linguagem obscena durante uma partida de futebol. Inicialmente introduzido em 2018, este projeto entrou agora na sua segunda fase, com uma nova abordagem: A Câmara pretende dar mais atenção, por um lado, à linguagem usada dentro dos recintos desportivos por atletas, dirigentes e treinadores e, por outro, a linguagem da assistência. “Apesar de no nosso concelho não haver problemas graves, a verdade é que assistimos a um chorrilho de asneiras contra árbitros, adversários e atletas” defende a Câmara.
Pedro Ribeiro considera que a federação e o Governo deviam implementar este projeto a nível nacional. Segundo o autarca, este projeto apresenta uma boa solução para fazer face aos episódios de violência que se têm vindo a verificar nos recintos desportivos: “Fizessem algumas Federações, nomeadamente a de Futebol o que nós fizemos. Houvesse da parte do Governo coragem para agir como nós agimos e muito do que se tem vivido entre claques, miúdos a serem insultados e retirada de camisolas já não acontecia”, referiu.
Pedro Ribeiro diz ainda que “o desporto é uma festa, e não uma guerra” e, como tal, há insultos e palavras que não se podem dizer por força da lei. “A multa é cara” avisa o autarca.
Face aos bons resultados, Pedro Ribeiro considera que a Câmara de Almeirim, bem como as associações que ajudaram a implementar este projeto, estão “no lado certo da narrativa”. “Resta saber quando o país percebe isso”, concluiu.
Contactado pelo Jornal O Almeirinense, o presidente da Associação Desportiva Fazendense, António Botas Moreira, concorda com o projeto pois, um jogo de futebol “não é nenhuma batalha campal”, defende. “As pessoas educadas não têm nada que andar aos palavrões. Os atletas e os dirigentes têm que ser educados como todos os outros” referiu António Botas Moreira.