Era uma vez um rei muito festoso que gostava de escolher e vestir bem. Um dia, a sua corte teve a brilhante ideia de o vestir e disseram-lhe:
Majestade, sabemos que gosta de andar sempre muito bem acompanhado e vestido como ninguém; Descobrimos um tecido muito belo e de tal qualidade que os tolos não são capazes de o ver. Com um fato assim, Vossa Majestade poderá distinguir as pessoas inteligentes dos tolos, parvos e estúpidos que não servirão para a vossa corte. Oh! Mas é uma descoberta espantosa! – Respondeu o rei. Tragam já esse tecido e façam-me o fato; quero ver as qualidades das pessoas que tenho ao meu serviço.
A corte tirou as medidas, e, daí a umas semanas, apresentaram-se ao rei, dizendo: Aqui está o fato de Vossa Majestade. O rei não via nada, mas como não queria passar por parvo, respondeu: Oh! Como é belo!
Então, a corte fez de conta que estava a vestir o fato, com todos os gestos necessários e exclamações elogiosas: Ficais tão elegante! Todos vos invejarão! Como ninguém da corte queria passar por tolo, todos diziam que o fato era uma verdadeira maravilha. O rei até parecia um deus!
A notícia correu toda a vila/cidade: o rei tinha um fato que só os inteligentes eram capazes de ver. No dia da assembleia, o rei resolveu sair para se mostrar ao povo. Toda a gente admirava a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, a oposição grita.
– Olha, olha! O rei vai nu!
Foi um espanto para o Rei, foi/estava enganado.
Então, onde andam as restantes figuras (enteados) da freguesia para homenagear? nem a representação tiveram direito; paciência para esses, melhores dias virão, e um bem haja aos homenageados. Porque não comunicou o executivo da Junta, à Assembleia de Freguesia as homenagens que propôs fazer; receio que a oposição fizesse incluir outras ilustres figuras, em falta, designadamente, o Professor José Sousa Gomes, Eng.º Manuel Bastos Martins, etc.. figuras ilustres que tanto deram ao Concelho. A Lei n º 24/98, prescreve que os partidos políticos representados nos órgãos deliberativos das autarquias locais, têm o direito de ser ouvidos sobre as propostas dos respetivos planos de atividade. Os titulares do direito de oposição têm, ainda, direito a pronunciarem-se sobre quaisquer questões de interesse público relevante. Enfim, e, para concluir, o pior que nos podia acontecer a todos, mesmo aos que estão no lugares executivos, era chegar ao fim desta história e não ter percebido nada do que se está a passar.
Artigo de Botas Soares, PSD Almeirim, publicado na edição de 1 de julho.