É lá em cima que observamos em pleno o quão pequenos somos.
É lá do alto que vemos o quanto de minúsculos podemos ser.
É muito acima das nuvens, que visualizamos a nossa dimensão e o espaço ocupado por cada um.
Não passamos de pequenas partículas que só num todo podem ser visíveis.
Podemos ser tão pouco ou tão nada quando só nos preocupamos com o nosso umbigo e vivemos a vida
toda despreocupados com as necessidades do outro.
Grandes, seremos grandes!
Somos grandes!!
Todos num só.
Basta seguirmos o mesmo caminho com o mesmo objetivo.
Em direção ao verdadeiro amor e à ambicionada e merecida paz.
Será sempre o respeito e a solidariedade que dedicamos ao outro, que nos faz imensos de grandiosidade.
Fui lá acima.
Mergulhei num sono acordado,
Trespassei o universo estrelado,
E ali fiquei deslumbrada,
Num sono meio acordada.
Vi planetas,
Vi cidades,
Vi árvores,
Vi flores,
Vi arco-íris de mil cores.
Observei me a flutuar,
Expressei me sem falar,
Ouvi melodias angelicais,
Permiti me ao sentimento,
De não querer descer mais.
Olhei para baixo,
Senti agonia e dissabor,
Tamanho lamento,
Por tanto mau acontecimento,
Por tanta falta de amor.
Vi guerras de horror,
Vi homens matar sem piedade nem dor.
Vi choro,
Vi agonia,
Vi maldade,
Falsidade e tirania.
Vi fome,
Vi humilhação,
Vi desrespeito pela diferença
Ou condição.
Vi vaidade desmedida,
Avareza arrogante,
Vi pobreza sentida,
Uma epidemia galopante.
Suspirei aliviada,
Quando me senti sugada,
E em grande velocidade,
Subi mais uma escalada.
Merecedora ou não!
Eu estava mesmo ali,
A apreciar o aroma da serenidade,
Perfume que nunca ,aqui, senti.
Uma paz,
Um transpirar de amor,
Um aconchego supremo,
Uma força maior.
Quando nos permitimos subir, permitimos ao mesmo tempo reconhecer falhas e erros.
Que até então deixávamos passar ao lado.
Vermos de cima o quanto insignificantes podemos ser,faz-nos olhar o outro com mais amor , respeito e
admiração.
Porque o outro ,
O outro …
Naturalmente, faz parte de nós,
O outro…
Só reflete o que nós somos,
O outro…
Apenas espelha a nossa essência.
Sandra Fé Fernandes
