A discussão do OE mostrou bem como estão presentes na vida nacional os condicionamentos e imposições da União Europeia, que perpassam toda a política do Governo PS, limitando ou impedindo mesmo as respostas aos problemas do País. A recusa em assumir o aumento dos salários e das pensões, traduz-se num corte significativo nos rendimentos de milhões de portugueses. Significa criar maiores dificuldades às Micro, Pequenas e Médias Empresas, ditando o estrangulamento do mercado interno.
Foi para dar resposta a muitos dos problemas que o PS não quis assumir na sua proposta de OE, que o PCP apresentou mais de 300 propostas, com particular atenção à questão do aumento geral dos salários e das reformas, da regulação e descida dos preços da energia, do reforço dos serviços públicos, com destaque para o SNS e a Escola Pública, reforçando o número de trabalhadores nestes serviços e de valorização dos seus direitos. Insistiu com propostas para uma mais justa política fiscal e medidas de defesa da produção nacional e de apoio ao tecido económico, combatendo o favorecimento das grandes empresas com que o governo está comprometido.
O governo em vez de apostar nas respostas aos problemas do País, tem como sua prioridade obter um défice de 1,9%. Vivemos uma situação económica e social muito difícil, que a especulação promovida pelos grupos monopolistas, a pretexto da guerra e das sanções, agrava ainda mais.
Artigo de José Countinho Lopes, CDU Almeirim