Artur Gomes trabalha com Pombos há 65 anos. Esta paixão já lhe valeu uma série de prémios. Além de praticante, tem também uma longa carreira enquanto dirigente: Foi presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia entre 1981 e 1985; e representou Portugal nas Olimpíadas Mundiais.
Artur Gomes, há quantos anos tem essa paixão pelos pombos?
Desde 1957, portanto há 65 anos ,num pequeno pombal de 15 pombos, na nossa casa, em Coruche.
Como começou?
Sempre houve pombos- correios na família,mas foi o meu saudoso tio João Gomes que me meteu na columbofilia.
Foi de Beja, a concorrer em Coruche, numa sociedade com Galveias, Artur e Tadeia.
Quantos prémios já ganhou?
Mais de uma centena, só em primeiros prémios, além de vários campeonatos em todas as especialidades.
Qual o mais importante?
Ganhar o primeiro campeonato de fundo no Clube de fundo do Centro, e dois primeiros de Barcelona, em 2007 e 2008.
Cria laços com os animais?
Com certeza. Ganhamos muita estima e amor pelos pombos,que quase fazem parte da família.
Estamos a falar de um desporto especial porque não é o senhor que corre, que salta, que faz um golo… Como se treina um pombo? O que diferencia um pombo muito bom de outro menos bom?
Verdade, de facto, os atletas são os pombos. Mas a columbofilia ainda é o 2º ou 3º desporto federado em Portugal. Somos mais ou menos 7000 praticantes
É também muito dispendioso?
Sim, o desporto está mais caro, aliás, como tudo na vida. Rações, complementos, vitaminas, etc.
Há quem critique este tipo de desporto por ser muito violento ou até pelas condições de transporte. Como rebate isso?
Não tem nada de violento. Os pombos estão preparados para enfrentar as condições atmosféricas. No tocante ao transporte, não é verdade,pois as aves vão em galeras próprias,com ventilação e comedouros e bebedouros para alimentação e água. Logo, as críticas são infundadas.
Os pombos é à tarde. E para quem pode, treinos linha de 50/60 KMS a meio da semana.
Em casa tem aves?
Agora tenho só 10 pombos: um deles com 20 anos, que tem sido um reprodutor de elite com filhos, netos e bisnetos a ganhar prémios de topo.
Mas além de praticante tem um percurso como dirigente…
Além de praticante tenho de dirigente mais de 40 anos. A nível de coletividades, associação distrital e federação portuguesa de columbofilia, onde fui presidente de 1981/85. Também exerci a função de juiz classificador de standard (exposições), sendo juiz olímpico em Basileia, Suiça, representando Portugal nas Olimpíadas Mundiais.