O futuro próximo adivinha-se complicado, estranho e imprevisto, pois os resultados eleitorais das últimas legislativas foram tudo menos claros, tanto no ponto de vista político, como na sociedade.
Se após 4 anos de um “des”governo apoiado e só legitimado por uma geringonça, seguiram-se 2 anos de um “des”governo, que foi legitimado nas urnas, e seriam os ex-apoiantes a fazerem-no cair com a rejeição do Orçamento de Estado 2022. E como consequência destes 6 anos, aumentou o número de funcionários públicos e de população dependente do Estado, pois foram estes que se fizeram à estrada e que seguraram e reforçaram o apoio a este “des”governo.
Estranho estes resultados, pois se, por um lado, temos uma subida em partidos liberais e de “extrema-direita”, por outro lado temos os partidos de esquerda e extrema-esquerda a diminuir ou manter. Seria sinal de uma viragem à direita, mas eis que o PS consegue uma maioria absoluta. Apesar da dispersão de votos, houve 2 partidos que deixaram de estar representados na AR. Os Verdes (que sempre foram na coligação CDU) e o CDS. Cada um por motivos diferentes, mas que no caso do CDS, não foram só as quezílias internas, mas também a forma de fazer passar a mensagem. Mensagem essa que se tentou mostrar, que se defende o mesmo de sempre, porque infelizmente ainda não se alterou, mas que por outro lado acabou. Se entrincheirou entre os gostos e a economia à sua volta, não conseguindo alargar mais nos temas e discursos. Desejo que até às próximas legislativas, em união, consigamos demonstrar a falta que o CDS faz na AR, bem como em todos os órgãos de governação, sejam elas daqui a 1, 2 ou 4 anos.