APOSTA A Falua foi fundada em 1994 com o objetivo de se afirmar como referência na produção de vinhos da região do tejo. O grupo tem atividade em 131 países, contando com mais de 8 mil colaboradores em todo o mundo e um volume de negócios superior a 2 mil m€.
História
A Falua foi fundada em 1994 com o objetivo de se afirmar como referência na produção de vinhos da região do Tejo. Em 2017, o interesse do grupo Roullier em Portugal e, em particular, na atividade da Falua como porta de entrada para o mercado global de vinhos, motivou a aquisição da empresa pelo grupo francês, com presença noutras áreas de atividade em 131 países, contando com mais de oito mil colaboradores em todo o mundo e um volume de negócios superior a dois mil m€.
Com 25 anos de história no mercado nacional e internacional, a Falua detém um vasto portfólio disperso pelo mundo, destacando em Portugal a história de duas marcas – Conde de Vimioso e Falua, que cumprem a tradição portuguesa de vinhos únicos e distintos.
Vinha
Na icónica vinha do convento da serra, plantada em 1996, desenvolvem-se videiras entre calhau rolado, num terroir emblemático que conta uma história com mais de 400 mil anos. 70 hectares de vinhas próprias e 200 hectares sob gestão dão origem a vinhos que revelam a essência do lugar, das castas, das pessoas e da paixão pela natureza que caracteriza toda a equipa da Falua.
Ali ao lado, ergue-se o centro de vinificação com condições excecionais
para a criação de vinhos que contam a história de uma região por descobrir
e, na sala de barricas – ícone maior do aperfeiçoamento de experiência – uma prova permite saborear a envolvente em toda a sua essência.
A conjugação de castas autóctones com castas estrangeiras dá origem a experiências enriquecedoras, baseadas no cunho do território e da experiência, em estreita articulação com a inovação e a ambição.
Não são apenas vinhos, mas pedaços de uma história que se revela em cada garrafa. Falua é sinónimo de uma viagem através do vinho, enquanto marca embaixadora de Portugal em todo o mundo, testemunhando a aposta de um grupo francês de referência, que escolheu Portugal para dar início ao seu projeto de vinhos e a Falua, como exemplo maior da riqueza e expressão de um terroir.
Sustentabilidade
O desafio emergente que o sector do vinho enfrenta no âmbito da sustentabilidade é motor de inovação para empresas como a Falua, que dedica a sua atenção a uma gestão e exploração agrícolas orientadas para a utilização consciente dos recursos naturais, numa estreita relação de respeito pela natureza.
Orientada em três vertentes – ambiental, económica e social, a sustentabilidade e um compromisso da Falua, com a produção de uva a sofrer uma intervenção mínima no uso de tratamentos para o controlo de pragas e doenças, mas também beneficiando da riqueza de um solo coberto a calhau rolado, com todas as propriedades e potencial exclusivos.
“Desde o primeiro momento, a Falua impactou-nos para além da vinha, por ter uma equipa muito bem conciliada, por ter umas instalações que são especialmente propícias ao desenvolvimento da atividade (…)”
Rui Rosa
Entrevista a Rui Rosa, diretor-geral do grupo Roullier em Portugal
Se lhe pedisse para me fazer uma apresentação da Falua, como é que me apresentava?
Nós somos um grupo de origem francesa, um grupo que já tem mais de 60
anos de atividade, que desenvolve a sua atividade em muitas áreas, embora a mais importante esteja ligada à nutrição de plantas, à parte de fertilização. E no desenvolvimento nas atividades em Portugal temos uma filial em Portugal há 26 anos, já estamos com algum tempo de idade no nosso país, temos aqui uma equipa com cerca de 100 pessoas em Portugal a desenvolver a sua atividade no dia-a-dia em termos dessa mesma atividade, a atividade dos fertilizantes. Ao continuarmos a investir no nosso país e de expandir aqui a nossa presença pensámos em alargar o nosso ramo de atividade também aos vinhos.
Vimos muita coisa, países fora, muitas regiões, muitos vinhos, muitos projetos e foi aqui em Almeirim que encontrámos o projeto com que mais nos identificámos e que nos pareceu com mais potencial.
Com mais potencial porquê? Porque estamos a falar aqui de uma vinha única! A vinha do convento, em Portugal, do que nós conhecemos não encontrámos outra igual, pelo menos que seja do nosso conhecimento.
Desde o primeiro momento, a Falua impactou-nos para além da vinha, por ter uma equipa muito bem conciliada, por ter umas instalações que são especialmente propícias ao desenvolvimento da atividade, a atividade de vinho, modernas e que nos permitem ter aqui uma grande área de desenvolvimento, uma área de expansão.
O Tejo, pensamos nós tão bem que é uma das regiões que está hoje em grande desenvolvimento, em termos de qualidade de vinhos, em termos das boas práticas e temos também muita atividade agrícola que para nós na atividade principal é-nos importante em termos desta relação,
sermos agricultores, neste caso viticultores, é-nos importante para nós, enquanto grupo. Depois somos um grupo, só para terminar, fazemos aqui
muita investigação temos um centro muito grande de investigação na nossa
área e usarmos aqui as vinhas da Falua para fazermos a investigação aplicada no nosso país e na área da vinha, foi também um dos motivos que nos trouxe aqui.
A Falua, hoje, para responder à sua pergunta diretamente, é uma empresa que nasceu então em 1994, que faz 60% de exportação, que é uma grande presença no mercado externo e que hoje estamos aqui numa nova fase de desenvolvimento com a aquisição com a parte do grupo filia para outros patamares, quer no mercado nacional e na instalação de novas marcas no mercado nacional, quer na procura de aumentarmos a exportação.
A entrada do Grupo Roullier mais recente, 2017? Quando é que se deu esse casamento?
Nós temos uma presença muito forte em termos de terreno, em termos de
atividade agrícola, nós temos hoje uma equipa de 70/75 pessoas que fazem o dia-a-dia no campo junto com as explorações agrícolas, e dentro dessas explorações agrícolas a vinha é uma das culturas maiores, é uma das culturas onde nós dedicámos mais tempo.
Sendo a vinha uma das culturas onde nós passamos muito do nosso tempo no dia-a-dia, começámos a pensar que era interessante passá-lo na perspetiva de um produtor, na perspetiva de um agricultor e de um viticultor.
E é assim que se dá esta transição aqui da parte da fertilização, de onde nós
somos originários, para a vinha e aqui para a Falua, portanto foi esse o trajeto que foi depois tendo vinha, fazia-nos sentido ter vinho e sermos produtores de vinho. Portanto, essa transição faz-se numa lógica de quem já estava por dentro da vinha, mas não produzia uvas diretamente, ajudava a produzir, pois produzindo uvas queríamos ter vinho, e é assim um pouco essa história que temos para contar relativamente aqui a esta área da vinha e do vinho.
“Faz também, obviamente, com que depois tenhamos vinhos com características diferentes, mais concentrados, sempre muito elegantes (…)”
Antonina Barbosa
Entrevista a Antonina Barbosa, diretora-geral /General Manager and
Winemaker na Falua, Sociedade de Vinhos SA. Falua
O que marca a diferença da Falua para outras marcas?
Esta vinha do convento da serra está inserida numa das regiões do Tejo que
é a região da Charneca, que já por si só eu diria que é uma sub-região onde nós encontrámos terrenos muito arenosos e com algum calhau, de facto torna-se tão diferente a nossa vinha do convento.
É que ela é constituída praticamente, em exclusivo por calhau rolado, portanto é um solo onde nós encontrámos o calhau rolado até 4 metros de profundidade.
Como há pouco me perguntava e só por si, isso traz características completamente diferentes ao desenvolvimento das vinhas, à produção das uvas e consequentemente às características que nós obtemos nos vinhos que produzimos. Portanto é uma vinha que nos dá aqui uma autenticidade e um perfil muito único dos vinhos que produzimos nesta vinha.
Será único no país?
Eu não conheço nenhuma vinha com estas características no nosso país, encontrámos algumas em algumas regiões de França, mas não tenho o conhecimento de vinhas assim, com estas características, cá.
Isto levou, inclusivamente, a que tivessem feito, pelo aquilo que soube, um estudo geológico?
Exatamente! E o estudo foi precisamente feito para nós entendermos o porquê? O porquê de termos lá estas características, todo este calhau, e foi quando se soube que de facto há 400 mil anos atrás o Rio Tejo passava lá, e por isso temos um solo com estas características.
E que características é que dá à vinha, este tipo de solo?
É um solo que ao ser muito pobre e ao ter um índice de retenção de água muito baixo, acaba por fazer com que as videiras tenham de se desenvolver de forma diferente para se adaptarem a estas condições: por exemplo, com um desenvolvimento radicular das raízes das plantas diferente, produções mais baixas…
Vou lhe dar um exemplo que é uma vinha onde nós temos produções muito
baixas, entre 4 a 5 ou 6 toneladas por hectare e só isso faz com que tenhamos uma concentração a todos os níveis: aromática, mesmo fenólica, uma concentração nas uvas muito maior do que temos nas mesmas castas de outras parcelas de outras vinhas com que trabalhamos. Faz também, obviamente, com que depois tenhamos vinhos com características diferentes, mais concentrados, sempre muito elegantes, portanto, há sempre aqui um perfil que se mantém, que eu penso que é associado
precisamente a este Terroir e que é diferenciador.
Nesta altura, a empresa tem 100 hectares de vinha própria e 200 que
ajuda a gerir produtores na região. Nós, desde sempre, fazemos um acompanhamento próximo, ou seja, nós temos as vinhas tratadas por nós que são precisamente esses 100 hectares e depois temos, o que eu diria uma relação muito próxima com agricultores que gerem mais de 200 hectares de uvas.
E é desse acompanhamento que nós, durante todo o ano, fazemos o seguimento das uvas que mais tarde vamos adquirir e com os quais produzimos os nossos vinhos.
” (…) a experiência de uma equipa que trabalha nesta vinha e com estas uvas e com estas parcelas há mais de 20 anos”
Antonina Barbosa
A empresa também cresceu bastante nestes últimos anos, quase que duplicou, por exemplo, o número de funcionários?
Eu acho que essa parte foi uma das prioridades desta nova realidade da
Falua, desde que foi adquirida pelo grupo Roullier 2017, que foi o de alargar as equipas próprias, ou seja, de desenvolver, nomeadamente, a equipa comercial, a equipa de produção, a equipa de qualidade e viticultura. Um investimento muito grande na parte humana que levou a que duplicássemos o número de pessoas que neste momento trabalham na Falua.
O Conde Vimioso está na “berra”, há no entanto outas marcas que têm vindo a crescer nestes últimos tempos?
Sim! Eu diria que Conde Vimioso é a marca no mercado nacional conhecida
desde sempre, ou seja, é uma marca que nasce em 2000, fez o ano passado
20 anos de história desde a primeira colheita, portanto quando nós falamos na Falua no mercado nacional, é o Conde Vimioso que nos ocorre. Neste ano que passou, mesmo dentro da Conde Vimioso, fizemos vários lançamentos de novas referências dentro dessa marca que culminou este ano o lançamento da nossa vinha do convento, que no fundo passou a ser o nosso vinho ícone dentro da falua e que veio , no fundo, comemorar estes 20 anos de marca que nós já temos. E mais do que isso, que veio celebrar a experiência de uma equipa que trabalha nesta vinha e com estas uvas e
com estas parcelas há mais de 20 anos.
O que é que trouxe esta pandemia de bom, se é que alguma coisa de bom trouxe esta pandemia neste setor?
É uma pergunta curiosa, eu acho que a pandemia, de facto, de bom não trouxe nada, eu não consigo ver um ponto positivo no meio disto tudo.
Se bem que, se me pedisse assim para eu lhe eleger uma e única, vejo que, de facto, tivemos uma reorganização interna e se calhar uma dedicação diferente, com uma abordagem diferente ao mercado, tivemos que nos adaptar, porque a vida das empresas continua e a nossa assim continuou. Mas não acho que tenha sido uma mais-valia!
“(…) foi um ano importante porque nós viemos adquirir e a iniciar um projeto noutra região, região dos vinhos verdes (…)”
Antonina Barbosa
Mas o ano de 2020, apesar de ser mau neste aspeto, teve muitas coisas boas para a Falua?
Teve muitas coisas boas para a Falua, muitas delas que já estavam programadas, que tinham sido estudadas ao longo dos tempos. Foi um ano que, de facto, nós fizemos aqui vários lançamentos, o Conde Vimioso Sommelier Branco por exemplo, também fizemos um refreshing de várias referências dentro da marca Conde de Vimioso, que para nós é uma marca já muito importante neste momento e que culminou neste último lançamento da Vinha do Convento.
Relançamos também para o mercado a nossa marca Falua. Também lhe posso dizer que foi um ano importante porque nós viemos adquirir e a iniciar um projeto noutra região, região dos vinhos verdes que também vai importar aqui, acho que uma parte muito boa.
Mas acho que todas estas coisas de que nós estamos a falar teriam acontecido na mesma sem a pandemia, e que se calhar acrescentando a estas muitas outras que teriam acontecido e que vão sendo adiadas, e que com certeza para o ano muitas mais virão neste seguimento.
Nesta fase é a fase em que também traçamos objetivos e desejos para o ano novo, quais são os grandes desafios, os grandes desejos, os grandes objetivos que aqui existem para o ano de 2021?
Temos, de facto, muitos desafios, aqui nesta região em particular, temos um
desafio grande que é aumentar a nossa área de vinha. É para nós importante termos mais matéria prima criada e desenvolvida por nós, até porque isto faz muita diferença.
Também temos toda uma estratégia para poder ter no mercado esta nossa
nova gama Falua muito bem implementada, e temos algumas novidades
em termos de portfólio que vão nascer no próximo ano, nomeadamente, um Conde de Vimioso vinha de convento branco, mas eu podia dar aqui muitos outros exemplos.
Continuar a trabalhar a notoriedade das nossas marcas nos mercados onde estamos presentes é também uma missão contínua para a Falua. Portanto, já temos aqui muitas novidades que vêm a caminho e temos também, eu diria, um objetivo estratégico de desenvolvermos toda a nossa operação nos vinhos verdes.