Ana Fernandes, a nova embaixadora da marca Lapierre, contou sobre o seu percurso no mundo do desporto.
Ana Fernandes tem 20 anos e, recentemente, foi nomeada embaixadora portuguesa da marca francesa de bicicletas Lapierre. A Ciclocoimbrões, importador e distribuidor exclusivo da marca em Portugal, em parceira com a Di’Bikes, empresa de Diogo Sampaio e agente da marca, fizeram a entrega de uma bicicleta lapierre prorace sat 5.9 com sram XXI à jovem justificando a escolha da atleta: “Queríamos alguém aqui da zona a divulgar a marca e vimos na Ana a atleta ideal para essa tarefa”.
Diogo Sampaio iniciou o projeto Di’Bikes há 4 anos e tem duas equipas: uma master masculina e uma feminina. Sobre a equipa feminina, Diogo Sampaio admitiu que “surgiu um pouco por brincadeira e com o objetivo de participar num evento específico”.
Sobre a equipa masculina, é um projeto já iniciado em parceria (Di’Bikes/Águias de Alpiarça/Crédito Agrícola/Euromaster MB), que foi adiado devido à pandemia causada pela Covid-19, mas “com muita vontade de retomar”. Confessa-se aficionado do ciclismo e admite ter um sonho antigo que ainda gostava de ver realizado: “Uma escola de ciclismo, principalmente de estrada, é uma lacuna que existe na nossa zona e obriga atletas de muita qualidade a saírem para fora”.
Do interesse pela formação, Diogo Sampaio tem acompanhado a evolução de Ana Fernandes e tenta mantê-la motivada num ano em que poucas provas foram realizadas devido à pandemia. Ana Fernandes conversou com O Almeirinense e falou um pouco de si, do seu percurso e dos seus objetivos e sonhos.
O que sentes por seres a nova embaixadora da Lapierre em Portugal?
Fico bastante contente com a oportunidade de ser a nova embaixadora da marca Lapierre em Portugal, na época de 2021, em parceira com a Ciclocoimbrões e com a loja Di’Bikes. É a primeira vez que uma loja está
a depositar esta confiança em mim e, sem dúvidas, que irei trabalhar muito para conseguir realizar todos os seus objetivos.
Como é que começaste este percurso no desporto?
Comecei este percurso do desporto quanto tinha 10 anos e comecei a conhecer esta atividade quando dava umas voltas com o meu pai que, na altura, também praticava. Até que o gosto foi crescendo e resolvi inscrever-me numa equipa federada e daí fui percebendo as minhas capacidades e se
este seria o desporto certo.
Até hoje, qual foi a corrida mais marcante na tua carreira?
Tenho várias corridas que me marcaram, das quais destaco o Campeonato Nacional de XCO em Marrazes, em 2018, onde consegui sagrar-me Vice Campeã Nacional no escalão de Júnior.
As outras foram a Taça de Portugal de XCO em Avis, em 2019, onde me consegui destacar em segundo lugar em Sub-23 e sexto lugar em elites e, por fim, destaco mais recentemente a prova do Campeonato Nacional de XCO em Tamengos, Anadia, e que se realizou este ano, onde me voltei a sagrar Vice Campeã Nacional, mas com um sabor diferente, pois consegui recuperar bastante tempo para a vencedora em relação aos dois anos anteriores.
Como concilias a escola, vida familiar, a juventude e o desporto já com este nível?
Não é fácil. Durante a semana, saio para a escola por volta das 8 da manhã e regresso a casa às 18 horas. Ou seja, acabo por chegar já de noite e torna-se bastante perigoso ir sozinha treinar, por causa da falta de respeito de alguns condutores pelos ciclistas na estrada. Apesar disso, consigo arranjar um tempo para outras coisas, mas sim, há muita coisa que abdico em prol do desporto, mas faço-o por gosto.
Quando sobes para cima de uma bicicleta, quais são as emoções que sentes?
Eu sou uma atleta bastante rigorosa com o desporto, ou seja, quando o treinador me passa um treino específico, gosto de o cumprir à risca. Por norma, subo para cima de uma bicicleta para me divertir e acima de tudo desfrutar, muito embora saiba distinguir um treino para desfrutar
da bicicleta de um treino rigoroso e mais importante.
Andar de bicicleta no meio da natureza traz muita liberdade e é uma das
melhores formas de aliviar o stress.
Qual é o teu grande objetivo, a grande prova que queres mesmo superar?
Tenho dois objetivos, e pelos quais desde nova que luto para os realizar. Um deles é ser convocada para a Seleção Nacional de Ciclismo, mas também sonho com a camisola de Campeã Nacional. A grande prova que pretendo superar é, acima de tudo, o Campeonato Nacional.
Recentemente, consagraste-te Vice Campeã de Cross Country Olímpico e consolidaste o teu lugar no mundo do BTT. Que portas achas que isso te pode abrir?
Já ficava feliz com uma convocatória para um estágio com a Seleção Nacional de Ciclismo, algo que já desejo há algum tempo. Também sonhava experimentar fazer uma prova ao serviço da Seleção Nacional no estrangeiro.
O ciclismo ainda é pouco reconhecido e com poucas saídas a nível nacional. No ciclismo feminino, essas evidências são ainda mais acentuadas.
E o que é o Cross Country Olímpico (XCO)?
A prova é realizada em circuitos, com descidas exigentes, caminhos pelo meio da floresta, com troços em terreno rochoso e com vários obstáculos ao longo do percurso. São circuitos com um perímetro de quatro a seis quilómetros e que varia entre 1h20 e 1h40, dependendo da categoria.
Depois de dois segundos lugares, 2021 é para atacar o primeiro lugar?
Claro que sim. De ano para ano, pretendo sempre melhorar os resultados, mas com a situação que o mundo está a viver, não sabemos como vai ser a próxima época.