Cidade Participativa

As cidades são organismos vivos que exigem cuidados e intervenções que permitam o seu desenvolvimento de forma sustentável e harmoniosa. O envolvimento dos seus habitantes é crucial no processo.

Uma cidade que não “ouça” os seus habitantes corre o risco de se transformar num organismo estranho que não suscita afectos e que é olhada como mais uma “coisa”. Vem isto a propósito das várias intervenções urbanísticas públicas executadas ou projectadas para a cidade de Almeirim.

Não se pode pretender que a população seja auscultada em cada projecto mas também não se deve eliminar todo o debate público, principalmente quando estão em causa projectos estruturantes ou de significativo impacto.

Nesta linha inclui-se a intervenção projectada para o mercado municipal. Desconhece-se qualquer informação oficial sobre o projecto.

O que se sabe tem surgido de forma desgarrada na comunicação social. O presidente da autarquia terá afirmado recentemente “o projecto com um valor previsto de três milhões de euros está pronto e, obtido o visto do Tribunal de Contas, há condições para lançar o concurso ainda no
presente ano”.

Estamos a falar de um espaço inserido numa Área de Recuperação Urbana sensível e sobre o qual os Almeirinenses nada sabem. Os próprios eleitos nos vários órgãos autárquicos apenas conhecem alguns desenhos do edifício. É com base nesta mão cheia de nada que se irá avançar
para um projecto desta importância?

António Cruz Martins
CDU Almeirim

Artigo de opinião publicado na edição impressa de 1 de outubro