Sugestões para uma Páscoa em casa: Vinhos do Tejo para descobrir e apreciar com calma

Os tempos são de recolhimento e de reflexão. Pede-se que fiquemos em casa, mas urge continuarmos a viver e manter a economia em funcionamento. O país e o Mundo não podem parar. O vinho, não sendo um bem essencial, é sempre uma boa companhia. E, nos últimos anos, o sector vitivinícola tem sido fundamental para a performance positiva do país. Vamos ajudar o sector!

A pensar nestes dias de recato e, em especial na Páscoa, a “marca” Vinhos do Tejo – em representação da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, associação interprofissional que representa a produção e o comércio do sector vitivinícola da região – sugere um conjunto de seis néctares, que primam pelo uso de uvas de Fernão Pires, a casta (branca) mais plantada e expressiva do Tejo. Um selecção ecléctica, em que três são de blend e, nos outros três, a casta se apresenta em estreme.

Vinho: Cavalo Bravo branco 2018

Produtor: Parras Wines

Neste branco de 2018 a casta Fernão Pires não está sozinha, fazendo-se acompanhar da autóctone Trincadeira das Pratas – em desuso – e do Arinto – a casta branca mais plantada em Portugal. O resultado, é um vinho fresco e frutado, ideal para momentos de consumo descomplicados, com ou sem gastronomia. É um branco de cor citrina, aromas florais e de fruta tropical, que deixa na boca uma sensação agradável de frescura. Tem 12,5% de álcool, factor que convida à degustação a solo, em dias de sol e calor. Tem a assinatura do grupo Parras Wines, que recentemente apostou na região do Tejo, mas cuja sabedoria vínica é muita (na região vizinha de Lisboa), e a enologia está a cargo da dupla António Ventura e Carlos Eduardo.

Vinho: Vale de Lobos Grande Escolha branco 2017

Produtor: Quinta da Ribeirinha

O segundo vinho também é de lote, o que significa que a casta Fernão Pires tem companhia, desta feita com a internacional Chardonnay. Nota para o facto de ser um Grande Escolha, no qual o produtor selecionou as uvas na vinha, colheu-as à mão e fermentou e estagiou parte do lote (60%) em madeira – cascos de carvalho francês e americano – durante sete meses. Um branco de cor palha aberto, devido à maceração pelicular e ao estágio em barricas, e notas tropicais de manga, banana e maracujá. É um vinho com corpo, untuosidade, frescura e final muito persistente. Acompanha bem pratos de peixe condimentados ou carne, dada a sua boa estrutura.

Vinho: Escaravelho branco 2018

Produtor: Escaravelho Wines

Fernão Pires junta-se às castas Arinto, Chardonnay e Moscatel para darem corpo a este novo vinho do Tejo, da autoria do produtor com o mesmo nome: Escaravelho (Wines). Um branco de aromas florais e cítricos exuberantes. Na boca revela-se fresco e citrino, muito delicado e com um bom volume de boca a equilibrar a acidez. Com estágio em inox, é um vinho que casa bem com peixe, bacalhau e marisco cozidos, assim como com peixe magro grelhado (linguado, robalo e sargo), mousse/soufflé de peixe e de marisco; arroz de peixe; carnes brancas grelhadas; saladas; tortilhas e omeletas.

Vinho: A.C.A. Fernão Pires branco 2018

Produtor: Adega Almeirim

Sigamos para os vinhos feitos com 100% Fernão Pires, como é o caso do ‘A.C.A. Fernão Pires branco’, uma prazerosa novidade da Adega de Almeirim. As uvas que dão origem ao ‘A.C.A.’ têm origem numa Vinha Velha da Charneca ribatejana, implementada em solos pobres de natureza arenosa. Uma cuidada fermentação, em barricas de carvalho francês e temperatura controlada, e uma “batonnage” sobre borras finas durante 45 dias, deu origem a este branco de cor citrina, aromas de frutos de polpa branca e notas de flor de laranjeira. Na boca, revela um excelente equilíbrio com acidez fina e crepitante, mostrando-se longevo e com notas complexas no final de boca. Bastante versátil, é um bom acompanhamento para queijos de pasta mole, peixes no forno condimentados, bacalhau com natas e nossa famosa sopa da pedra.

Vinho: 1836 Grande Reserva branco 2017

Produtor: Companhia das Lezírias

Se o anterior é uma novidade, o ‘1836 Grande Reserva branco 2017’ é um clássico quando falamos de monocastas de Fernão Pires, também ele de Vinha Velha. Com assinatura da conceituada Companhia das Lezírias, estamos perante um branco de aspecto límpido e cor amarelo esverdeado, a lembrar o local onde está instalada a vinha que lhe dá origem: no meio da floresta. Este é um vinho que exprime ao máximo o terroir de onde provém e o que, gratuitamente, a natureza nos oferece. No nariz, é elegante e revela notas de tangerina e limão, num conjunto mineral. No palato, é envolvente, tem uma acidez natural apelativa e um final persistente. Ideal para pratos de bacalhau e outros peixes ao forno. Pode também acompanhar diversas carnes brancas e queijos de pasta mole.

Vinho: Quinta da Alorna Abafado 5 Years branco 2013

Produtor: Quinta da Alorna

As uvas de Fernão Pires são, de tal maneira, adaptáveis, que dão também origem a vinhos de sobremesa: os chamados licorosos. Em cima da “mesa” está um ‘Abafado’ com estágio durante 5 anos em barricas de carvalho usadas, da autoria da enóloga Martta Reis Simões para a Quinta da Alorna, ideal para acompanhar com laranja em calda, leite creme, pastel de natal e o ribatejano pampilhos. É também um agradável digestivo, sempre servido a 8.ºC. Um branco de cor aloirada, tipo casca de cebola, com aroma a mel, frutos secos (figo e amêndoa), caramelo e torrefação. No paladar apresenta uma textura suave, equilibrando as sensações de frescura e doçura. O final de boca é persistente, perdurando a presença de frutos secos.

Sobre a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo:

A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) foi criada a 24 de Novembro de 2008, tendo sucedido à Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, fundada a 17 de Setembro 1997. É uma associação interprofissional que representa a produção e o comércio do sector vitivinícola da região. A sua competência consiste em controlar o cumprimento das regras e a certificação dos vinhos brancos, rosés, tintos, espumantes, licorosos e vinagres produzidos na região com direito a Denominação de Origem do Tejo (DO do Tejo) e a Indicação Geográfica Tejo (IG Tejo). Todos os vinhos certificados pela CVR Tejo têm o selo de garantia ‘Tejo’ no rótulo. Tem como missão ajudar os produtores a aumentar a sua presença nos mercados estratégicos, com vinhos empolgantes e estilos diferenciados, oferecendo ao consumidor, continua e consistentemente, qualidade a bom preço.

Com 87 agentes económicos associados – de entre adegas cooperativas, produtores e engarrafadores, empresas vinificadoras e engarrafadores da região –, a CVR Tejo é presidida por Luís de Castro, desde 01 de Maio de 2014. José Barroso ocupa o cargo de Presidente do Conselho Geral e João Silvestre o de Director-Geral. Maria José Viana e Diogo Campilho são, respectivamente, Vogais do Comércio e Produção. Integra ainda a CVR Tejo um Gestor de Qualidade, um Departamento de Viticultura, uma Estrutura de Controlo e Certificação, da qual fazem parte uma Câmara de Provadores e um Laboratório de Análises subcontratado e um Departamento de Promoção, destinado a apoiar os produtores, nos mercados nacional e internacional.